Uma novo estudo da IBM revela que quase 60% das organizações encaram o Regulamento Europeu Geral de Proteção de Dados (RGPD) como uma oportunidade para melhorar a privacidade, a segurança e a gestão dos dados.
O RGPD entra em vigor no próximo dia 25 de Maio e o Institute for Business Value (IBV) da IBM realizou uma pesquisa, em que participaram mais de 1500 líderes de empresas, que indica que a maioria das companhias está a ser mais seletiva a recolher e a gerir os dados, com 70% a tomar as medidas necessárias antes do prazo final para estarem em conformidade. As organizações consideram ainda que o regulamento está a originar novos modelos de negócio.
Os resultados revelam que 60% dos inquiridos considera que o RGPD vai trazer maiores níveis de confiança junto dos clientes e impulsionar a inovação. 84% acredita que o facto de estarem em conformidade com o RGPD será visto como um ponto diferenciador e positivo perante o público e 76% confirma que o RGPD permitirá relações mais confiáveis com os titulares dos dados. No entanto, apenas 36% dos entrevistados acreditam que estarão totalmente em conformidade com o RGPD até ao prazo final.
Outra das conclusões é que as empresas vão simplificar e reduzir a quantidade total de dados que estão atualmente a gerir. É isto que dizem 80% dos inquiridos que referem que já estão a diminuir a quantidade de informação na sua posse. Já 78% referem que estão a reduzir o número de pessoas que têm acesso a dados pessoais e 70% referem que estão já a desfazer-se de dados que já não são necessários.
Desafios e oportunidades do RGPD
O estudo revela ainda que os principais desafios que as empresas estão a enfrentar com a implementação do RGPD referem-se à definição e identificação dos dados pessoais, em garantir a precisão dos dados recolhidos e armazenados, e também em obedecer às regras de como os dados são analisados e partilhados (processamento de dados).
Outras áreas preocupantes dizem respeito às transferências de dados entre fronteiras e como obter o consentimento dos titulares dos dados, uma vez que menos de metade dos inquiridos dizem estar realmente preparados para estes aspetos do RGPD.
Um ponto-chave do novo regulamento é a exigência de que as empresas relatem violações de dados às entidades reguladoras num prazo de 72 horas. No entanto, o estudo constatou que apenas 31% das empresas reavaliaram ou modificaram os seus planos de resposta a incidentes para se prepararem para este requisito.
«O RGPD será uma das maiores forças disruptivas com impacto nos modelos de negócio de todos os setores – e o seu alcance vai muito além das fronteiras da União Europeia», refere Cindy Compert, CTO, Data Security & Privacy, IBM Security.
«Este processo decorre num período de grande desconfiança entre os consumidores em relação à capacidade das empresas em protegerem os seus dados pessoais. Todos estes fatores juntos, geraram a conjuntura ideal para as empresas repensarem a sua abordagem e a sua responsabilidade perante os dados, de modo a começarem a restaurar a confiança junto dos consumidores na atual economia baseada na informação», acrescenta a executiva.