A Siemens está a apostar forte na criação de centros para aplicações digitais para o sector industrial. Neste momento, são cerca de 900 os software developers, especialistas em dados e engenheiros que trabalham nestes centros com os clientes da empresa alemã.
O objectivo é desenvolver inovações digitais para a análise de dados e aprendizagem automática. A empresa divulgou que estas novas soluções estão a ser desenvolvidas na plataforma MindSphere, o sistema operativo aberto baseado na nuvem da Siemens para a Internet das Coisas (IoT).
Em 2017, este conglomerado industrial alemão reforçou a sua posição na área das soluções de software e serviços digitais. As receitas provenientes das tecnologias digitais aumentaram para 5,2 mil milhões de euros, o que corresponde a um crescimento, ano após ano, de 20%, isto quando a taxa de crescimento média do mercado se situa nos 8%.
Em Portugal, e empresa tem focado os seus investimentos em inovação na criação do que apelidam de ‘laboratórios aplicacionais’ e ‘centros de experimentação’. Nestes espaços os profissionais da empresa juntam-se a clientes, parceiros, alunos e investigadores com o objectivo de desenvolver novas tecnologias para as áreas da Indústria e das Infra-estruturas para edifícios e mobilidade, como a sinalização ferroviária.
Exemplos made in Portugal
Um dos resultados desta estratégia é o Building Automation Center, que a empresa desenvolveu na sua sede em Alfragide, e que consiste num laboratório para o desenvolvimento de novas soluções, aplicações e formação em gestão de edifícios e infra-estruturas inteligentes que possibilitam a simulação de ecossistemas, tais como os característicos do sector da saúde.
Outro exemplo são os I-Experience 4.0 Centers que a empresa está a desenvolver em Alfragide e Leiria. Estes centros tecnológicos de experimentação, que visam apoiar o desenvolvimento de projectos destinados à indústria, fazem parte da Academia Siemens 4.0, uma das medidas estratégicas apresentadas pelo Governo que resultaram da iniciativa Indústria 4.0.
«Os novos centros e laboratórios técnicos agora instalados são formados por equipas multidisciplinares de engenharia, potenciando a transformação digital através do desenvolvimento de aplicações juntamente com os nossos clientes» disse em comunicado Pedro Pires de Miranda, CEO da Siemens em Portugal.
Para o ano fiscal de 2018, a empresa “reservou” cerca de 500 milhões de euros para investigar e desenvolver tecnologias vitais para a empresa, visando áreas de inovação como a manufactura aditiva, robótica autónoma, análise de dados, inteligência artificial, gémeos digitais e ainda eletrónica de potência e sistemas de energia distribuídos. No ano fiscal de 2017, a Siemens contava com cerca de quarenta mil colaboradores de I&D em todo o mundo.