O Fórum Global SAS 2017, que se realizou em Orlando, Flórida, atraiu qualquer coisa como cinco mil pessoas. Ou trinta mil, se juntarmos os que acompanharam o evento on-line. Aquela que é a maior empresa privada de software do mundo, liderada pelo carismático, visionário e septuagenário Jim Goodnight, mostrou a clientes, parceiros e alguma imprensa internacional o que de melhor se faz na área da analítica, BI e Big Data.
Vamos só recapitular. O conceito de ‘Big Data’ já existe há muito tempo. E temos gasto rios de tinta a abordá-lo. Mas, nem por isso, o tema se esgota. Aliás, muito pelo contrário. Parece que quanto mais se fala nele, mais este se alimenta e ganha um novo dinamismo. A única diferença, apesar de substancial, está no facto de o Big Data ter passado de megabytes para petabytes.
E também no “pequeno” pormenor de já não falarmos de dados provenientes de uma só fonte. Falamos, sim, de vastos “lagos” de dados, uma imensidão de informação, sobretudo quando misturamos os dados que já temos com os que são extraídos das redes sociais, das finanças, das telco, das clouds de marketing, até mesmo do Wi-Fi público livre, das câmaras de rua e dos logins inerentes à mobilidade. Há, por isso, uma imensidão de dados que têm de ser geridos, filtrados e finalmente reportados como válidos para a poderem ser úteis ao negócio.
Ou, como diz a consultora Gartner, o Big Data «representa os activos de informação caracterizados por elevados Volumes, Velocidade e Variedade que exigem tecnologia e métodos analíticos específicos para se transformarem em Valor». E um quinto ‘V’ foi adicionado: o de Veracidade – deve ser verdade para ser de valor. Fácil, certo? Mais ou menos.
Uma das empresas mais reconhecidas em todo este mundo do Business Intelligence (BI), analítica e Big Data é o SAS, a maior companhia privada de software do mundo e que, no ano passado, festejou o seu 40.º aniversário.
Ou seja, lida com o Big Data bem antes de o conceito ter sido apresentado ao mercado, bem antes da analítica ser um tema cool. Na altura, a empresa tinha apenas um produto a “rolar” numa única máquina. Hoje, o seu portfólio é composto por centenas de produtos.
SAS Global Forum 2017
«A analítica é o motor da mudança e os dados são o combustível». A frase é do CEO Jim Goodnight e resume o que este gestor pensa de todo este novo mundo. Aliás, não é exagero dizer que, actualmente, as empresas esperam que a analítica resolva todos os problemas.
Todos os anos o SAS reúne os seus clientes, parceiros e alguma imprensa especializada mundial para mostrar como a analítica pode, efectivamente, mudar um negócio.
Este ano, tendo como pano de fundo a, digamos, excêntrica e colorida cidade de Orlando (Flórida, EUA) cerca de cinco mil pessoas assistiram ao lançamento de novas soluções, à demonstração de casos práticos e à explicação de como os conceitos de ‘IoT’ e ‘Inteligência Artificial’ se vão embrenhando em todo este mundo dos dados.
«Os dados sem analítica é um valor ainda não realizado», disse Oliver Schabenberger, vice-presidente executivo e diretor de tecnologia (CTO) do SAS, que também deixou um desejo: «Queremos que a analítica seja acessível a todos, independentemente das suas competências».
O cliente no centro do mundo
Até porque, desenganemo-nos, todo o mundo cria e está envolto em dados. Desde o local onde moramos às redes sociais, passando pela tecnologia móvel. «É emocionante olhar para os dados de diferentes maneiras para conseguir libertar o seu potencial», explicou Goodnight. «Agora que temos dados em todo o lado precisamos de analítica… em todo o lado. A analítica pode responder a todas as perguntas, é de onde as ideias vêm». A questão é que o mundo se está a mover a um ritmo tal, que as respostas têm de ser ‘agora’. E é aqui que empresas como o SAS podem ajudar.
Randy Guard, vice-presidente executivo e chief marketing officer do SAS, que de resto tem vindo a ganhar cada vez mais relevo dentro da estrutura da empresa, diz mesmo que estamos a assistir a uma mudança no mercado no sentido de a analítica liderar a economia. O CMO reforça a ideia de que as empresas agora esperam que os analytics sejam parte de qualquer solução. «As empresas têm de ser inovadoras para sobreviver. Ou o seu concorrente será».
Na sessão de abertura, Randy Guard focou-se muito no cliente e naquilo que chamou de ‘caminho do cliente’. «O nosso foco tem de estar nas expectativas deles. Temos de lhes perguntar o que é melhor para eles. Temos de os acompanhar na sua viagem. O que estão a fazer no seu site, na loja, nos emails, no telefone? O volume de dados cresceu. Há que lidar com isso».
Viya é a nova arma
Oficialmente lançada o ano passado em Las Vegas, no SAS Global Forum 2016, a plataforma Viya continua a ser a ‘menina dos olhos’ de Jim Goodnight. Aliás, o fundador diz mesmo que a Viya é o «novo motor de crescimento da empresa», sobretudo à medida que vão acrescentado mais soluções à plataforma. «Queremos tirar partido do imenso poder que a Viya nos dá», assegurou o CEO.
No ano passado, esta plataforma foi apresentada como uma «revolução na criação de valor dos dados das empresas» e como «um grande avanço para ajudar os clientes a criarem valor dos seus dados», até porque ajuda a minimizar o tempo entre a análise de dados numa fase embrionária e a sua aplicabilidade ao negócio, criando-lhe um direto e efectivo valor.
O anúncio original foi a base de uma suite de ofertas, incluindo aprendizagem automática – um conceito conhecido muitas vezes pelo seu termo inglês, machine learning – e que consegue, garante a empresa, endereçar qualquer desafio analítico, sobretudo pelas suas quatro componentes: ser unificada, aberta, simples e poderosa e, claro, baseada na cloud.
Mas os benefícios da SAS Viya vão muito além do suporte em cloud. Até porque, dizem os responsáveis, esta arquitetura permite o seu desenvolvimento não só na nuvem, mas on-site, ou seja, em “casa” do cliente ou na sua própria nuvem privada. «A arquitectura unificada da SAS Viya disponibiliza integração tecnológica no suporte ao ciclo de vida analítico».
Além do mais, a empresa enfatiza o facto de a plataforma ser compatível com novos métodos analíticos, que podem ser acedidos do SAS, mas também desde as mais populares linguagens de programação e API públicas, logo entregando analítica e prospeção de dados (data mining) para qualquer nível de competências.
Como prometido, a empresa tem já disponíveis soluções como SAS Visual Analytics, Visual Statistics, Visual Investigator e Visual Data Mining and Machine Learning. Mas Randy Guard, salientou que, ainda durante este ano, novas soluções deverão ser lançadas.
Aliás, o CMO estava particularmente entusiasmado pelo facto de este ano a empresa ter lançado uma “preview” para a qual convidaram cerca de 25 mil pessoas a experimentar os produtos Viya num ambiente cloud. Empresas essas que obviamente deram o seu feedback sobre o produto. E, ao que tudo indica, foi mais do que positivo.