É de 63%, a percentagem de executivos do sector das utilities que acredita que, nos próximos cinco anos, o seu país poderá vir a sofrer uma interrupção no fornecimento de electricidade devido a um ciberataque.
As interrupções no fornecimento de energia causadas pelos ciberataques e as ameaças físicas à rede de distribuição são a maior preocupação para 57% dos inquiridos no novo estudo ‘Outsmarting Grid Security Threats’, da Accenture Security.
O documento, que inclui a opinião de executivos de vinte países, incluindo Portugal, admite que o aumento da interligação entre os sistemas de controlo garantido por uma rede inteligente (smart grid) trará benefícios ao nível da segurança, produtividade e melhor qualidade de serviço, assim como uma maior eficiência operacional. No entanto, 88% concorda que, nesta implementação de redes inteligentes, a cibersegurança é um aspecto-chave.
«O sector das utilities está cada vez mais exposto devido ao aumento significativo de dispositivos domésticos ligados à IoT como os home hubs e as aplicações de domótica. Isto supõe um novo risco para as empresas de fornecimento de energia difícil de quantificar, e é por isso que 77% dos executivos de empresas de utilities vê a IoT como uma potencial ameaça para a cibersegurança», lê-se no documento distribuído à imprensa.
Europa entre continentes mais preocupados
Por regiões, na Europa e na Ásia-Pacífico os cibercriminosos são vistos como o maior risco para estas empresas por mais de um terço dos inquiridos. Na América do Norte, os ataques provenientes de outros países são considerados um risco maior do que noutras regiões do mundo (32%).
«Um número significativo de empresas de utilities têm um caminho a percorrer se quiserem desenvolver um sistema de resposta a ciberataques robusto, uma vez que quatro em dez dos inquiridos afirmam que os riscos de cibersegurança não estão total ou parcialmente integrados nos seus processos de gestão de risco».
Além disso, diz a Accenture que uma crescente convergência dos ataques físicos e digitais requer o desenvolvimento de capacidades que vão além dos simples requisitos de compliance de segurança definidos em cada país. «As utilities devem investir na resiliência da sua rede inteligente, assim como em capacidades de resposta e recuperação eficazes».
Utilities mal preparadas
Conseguir um grau de protecção adequado é considerado um desafio pela consultora, sobretudo «devido à complexidade das redes elétricas de distribuição, e à cada vez maior sofisticação e financiamento dos atacantes para as quais muitas empresas de utilities
continuam a estar insuficientemente protegidas e preparadas».
O estudo esclarece que só 6% se sente completamente preparada e 48% bem preparada para enfrentar a restauração da normalidade nas operações da rede na sequência de um ciberataque.