A MindProber é a startup que quer dar um novo rumo aos estudos de mercado, utilizando a neurociência de consumo. Na prática, uma nova forma de perceber de que forma é que as pessoas reagem a campanhas – com estudos bem menos dispendiosos.
Em actividade desde Julho deste ano, a MindProber, criada por Nuno Dias, Pedro Chaves e Pedro Almeida, conta com uma plataforma de automação de neurociência do consumo. E o que é que esta plataforma faz? De acordo com Pedro Almeida, CEO da empresa, «permite a qualquer produtor de conteúdo (marcas, agências criativas, broadcasters) testar o impacto dos seus anúncios, trailers, episódios piloto ou programas de entretenimento, etc, utilizando medidas biométricas».
Para fazer isto, são utilizados pequenos sensores – o James One, criado pela empresa – e a aplicação mobile da MindProber.
Desta forma, é possível «recolher a resposta fisiológica e comportamental dos espectadores sincronizada com qualquer conteúdo media a que eles estejam expostos nas suas casas», explica Pedro Almeida.
Captando dois tipos de índices, o ritmo cardíaco e a condutância eléctrica da pele, a MindProber diz ser possível «encontrar os momentos de maior engagement com o conteúdo», além de os espectadores poderem também assinalar com a app quais os momentos em que o seu interesse foi despertado.
No final, os dados captados são analisados, com a plataforma da MindProber a gerar um relatório final. «Assim, um cliente que utilize a plataforma vai receber um relatório automatizado que descreve o impacto do seu conteúdo segundo a segundo (com comparação com benchmarks), em conjunto com as respostas aos questionários programados através da plataforma», explica o CEO da empresa.
Dar a volta aos estudos de mercado
Para o mercado da publicidade, há vários factores que podem influenciar o sucesso – ou não – de uma campanha. Questionado sobre a vantagem da MindProber para este mercado, Pedro Almeida destaca o tipo de testes feitos: «Permitimos que os anunciantes façam este tipo de testagem de comunicação recorrendo a medidas implícitas (não perguntamos, medimos) e de forma muito rápida, sem necessitar de levar os participantes a laboratórios». Além disso, a startup aponta também que sendo a «plataforma do it yourself, o cliente consegue de forma muito intuitiva inserir os seus conteúdos para teste, definir a sua amostra e customizar o seu questionário, sem intermediário», com escala de amostragem.
Este ano, a MindProber venceu a competição Insight Innovation Competition, uma competição de inovação em estudos de mercado. Para Pedro Almeida, esta distinção funcionou como «um impulso essencial» para avançar, num projecto que pretende entrar no mercado inglês já no «primeiro semestre do próximo ano», olhando «logo a seguir para o mercado americano».