A inteligência artificial (IA) deixou de ser um tema de ficção científica para se tornar um motor real da economia, da ciência e até da vida quotidiana. Do diagnóstico médico assistido, à prevenção de fraude em tempo real ou à personalização de serviços financeiros, a IA passou de promessa a presença constante. Há, porém, um detalhe que raramente é abordado fora dos círculos técnicos: a IA é insaciável em recursos computacionais.
Cada avanço algorítmico traz consigo uma fatura invisível – mais processamento, mais memória e mais energia. Qual, então, o maior risco? Se as arquiteturas de computação não acompanharem este ritmo, arriscamo-nos a ver promessas tecnológicas colapsarem sob o peso da sua própria exigência.
Vivemos um momento de rutura semelhante ao da Revolução Industrial. Tal como a máquina a vapor levou a redesenhar fábricas e transportes, a inteligência artificial leva-nos a repensar a forma como concebemos e exploramos a infraestrutura tecnológica. O modelo clássico (isto é, processadores genéricos a correr software indiferenciado) já não basta. O futuro exige máquinas concebidas com a IA no centro do desenho; não como um acessório.
É neste ponto que algumas arquiteturas começam a destacar-se. O caso do IBM Power11 é paradigmático. Não surge apenas como um servidor mais rápido, mas como um exemplo de como a evolução do hardware acompanha a evolução da inteligência artificial. A sua vantagem não está em “mais gigahertz” ou “mais cores”, mas numa abordagem diferente às necessidades da IA moderna. Se não, vejamos:
- Inferência acelerada no próprio processador – Com unidades matriciais (Matrix Math Accelerators) embutidas, elimina-se a necessidade de recorrer sempre a GPU externas, reduzindo latências críticas em aplicações de deteção de fraude ou scoring de crédito.
- Eficiência energética inteligente – Num tempo em que a sustentabilidade deixou de ser mera retórica, modos de operação que reduzem consumos em quase um terço tornam-se um fator de competitividade.
- Resiliência de missão crítica – Quando falamos de serviços bancários ou de saúde, a disponibilidade não pode ser uma variável. Ou seja, arquiteturas que oferecem atualizações sem paragens e uptimes de seis noves (99,9999%) fazem toda a diferença.
- Segurança intrínseca – Com ciberataques a crescer em volume e sofisticação, mecanismos como snapshots imutáveis e deteção quase imediata de ransomware são mais do que bem-vindos – são indispensáveis.
Estes pontos, entre outros, ilustram uma verdade maior: à medida que a IA avança, também a computação tem de se reinventar. Não se trata apenas de uma corrida de algoritmos; é uma corrida de arquiteturas. Quem conseguir alinhar os dois mundos – inteligência e infraestrutura – estará seguramente em posição de liderar a próxima década tecnológica.
É por isso que a discussão sobre o futuro da IA não pode ficar confinada a debates éticos ou regulatórios (que são essenciais, mas incompletos). Precisamos de falar sobre a base que sustenta todo este edifício: os computadores em si. E, neste campo, exemplos como o Power11 mostram que é possível pensar máquinas não como simples caixas de silício, mas como plataformas visionadas para um mundo onde a inteligência artificial já não é exceção – é regra.






