A Speedbird Aero foi fundada por Samuel Salomão e Manoel Coelho nos EUA, país onde ambos trabalhavam na área da telemedicina. A ideia surgiu da «necessidade de optimizar a logística de entrega de medicamentos e exames em zonas de difícil acesso», explica o CEO e co-fundador da startup, Manoel Coelho. Dado que, na altura, a «regulamentação de voos BVLOS [beyond visual line of sight] estava mais avançada no Brasil» decidiram «transferir as operações» e, em 2020, «após dois anos de testes e um exigente processo de certificação», a Speedbird Aero tornou-se a «primeira fabricante e operadora de drones para logística» nesse país. A missão é clara: «democratizar» a logística de entrega através de aeronaves não-tripuladas.
A startup desenvolve o seu próprio hardware e software e conta com três modelos de drones, os DLV-1, DLV-2 e DLV-4, com capacidades de carga de 3 a 10 kg e um alcance de até 100 km», esclarece Manoel Coelho. O responsável diz que a Speedbird Aero é diferenciadora, pois tem um «conhecimento aprofundado tanto da tecnologia como das necessidades dos clientes», oferecendo uma «experiência operacional de excelência». A startup foi também a «primeira empresa autorizada a fazer entregas comerciais com drones em mais de doze países e já ultrapassou a marca de 33 mil entregas BVLOS», avança o CEO.
Operação e investimento português
A Speedbird Aero tem operação em Portugal desde 2024 e escolheu o País como uma «porta de entrada estratégica para o mercado europeu» e contou com um «forte apoio da ANAC e de empresas portuguesas». Os planos passam por «consolidar um ecossistema robusto e dinâmico que permita o desenvolvimento e a escalabilidade sustentável desta nova indústria em território europeu», refere Manoel Coelho.
A ligação ao País não se resume à operação nacional; recentemente, a Speedbird Aero fechou uma ronda de financiamento de 3,5 milhões de euros liderada pela portuguesa Lince Capital, com participação da Explorer Investments, Cedrus Capital, AcNext e MSW Capital. A startup vai usar o investimento para «impulsionar a investigação e desenvolvimento, reforçar a equipa de engenheiros aeroespaciais, apoiar o design, testes e certificação de drones VTOL (descolagem e aterragem vertical) e criar a próxima geração de sistemas de aeronaves não-tripuladas», revela o responsável.
A Speedbird Aero tem vindo a crescer de forma gradual e aponta a um objectivo: atingir «aproximadamente 60 a 65 colaboradores até ao final de 2025». Este plano também se aplica a nível nacional: «A ambição é crescer em consonância com o desenvolvimento deste novo mercado. Prevemos atingir cerca de dez colaboradores ainda este ano, com grandes expectativas de que os avanços regulatórios venham a possibilitar um crescimento exponencial deste número nos próximos anos». Manoel Coelho diz que, em Portugal, a Speedbird Aero vai contratar profissionais «para funções técnicas, operacionais e de inovação».
A ambição é ser «líder global em logística aérea não-tripulada»; para isso, a Speedbird Aero está a investir em «tecnologias para integrar drones ao espaço aéreo urbano de forma segura e eficiente» e a apostar em parcerias estratégicas no «território europeu» (fez uma com a UrbanV, em Itália), sendo que mais «serão anunciadas em breve», conclui Manoel Coelho.