A adopção de IA open-source, a confiança nos dados e a transição para a cloud estão entre as principais tendências que moldarão o futuro das organizações, revelou a SAP nas suas previsões sobre como a inteligência artificial irá transformar o mercado empresarial, em 2025. A análise destaca o impacto crescente da IA em diferentes sectores, desde a gestão de cadeias de abastecimento até à transformação do sector dos recursos humanos.
Segundo a tecnológica, a transformação digital continua a ganhar ritmo, mas a verdadeira revolução passa pela confiança nos dados. A SAP prevê que as empresas investirão cada vez mais em arquitecturas de dados robustas para garantir a fiabilidade da IA, alertando ser essencial que os modelos de IA sejam alimentados por dados reais e contextualizados, assegurando decisões mais fundamentadas e estratégicas.
A transição para a cloud também se consolidará como uma prioridade para a SAP. A empresa alemã diz que as organizações que já implementaram infra-estruturas escaláveis em cloud estarão mais bem posicionadas para tirar partido da IA, garantindo agilidade e capacidade de adaptação num mercado global dinâmico.
Uma IA mais eficiente
A personalização através da IA será, igualmente, um dos principais motores da competitividade em 2025. Com a introdução da agentic IA, muitas tarefas operacionais serão automatizadas, permitindo que os profissionais se concentrem em interacções mais significativas. Esta abordagem, segundo a SAP, promete melhorar a experiência do cliente e optimizar processos de vendas, tornando as organizações mais eficientes e competitivas.
A sustentabilidade também se deverá tornar uma preocupação central na adopção de IA. A optimização de modelos de linguagem (LLM) e novas arquitecturas de chips permitirão um uso mais eficiente da energia, reduzindo os custos operacionais e o impacto ambiental. Paralelamente, o uso crescente de soluções open-source permitirá às empresas um maior controlo e personalização das suas estratégias de IA. Por outro lado, a IA está apontada como peça essencial na resiliência das cadeias de abastecimento, tornando-as mais eficientes e capazes de prever disrupções. A SAP é da opinião de que tecnologias como os digital twins ajudarão as empresas a simular cenários e a tomar decisões baseadas em dados em tempo real. Além disso, a transparência na cadeia de abastecimento será reforçada, garantindo conformidade regulatória e promovendo práticas mais sustentáveis, diz o documento.
Confiança dos dados também será prioridade em Portugal
No País, estas tendências também estão a ganhar força, mas com especificidades adaptadas à realidade nacional. Ayise Trigueiros, SAP Solution Advisor e SAP Business AI Expert na SAP Portugal, destacou à businessIT que a adopção de soluções de IA open-source terá um impacto significativo no mercado português: «Os avanços naIA) generativa estão a transformar profundamente o mercado. A SAP acredita que, em 2025, a adopção de soluções de IA open-source, especialmente dos modelos de linguagem abertos (open LLM), ganhará maior relevância em Portugal. Este movimento será impulsionado pela necessidade crescente das organizações de exercer um maior controlo sobre as suas soluções tecnológicas, aumentar a personalização, mitigar riscos e optimizar custos. A IA consolidar-se-á como um pilar estratégico para as empresas portuguesas, fortalecendo a inovação e a competitividade».
A especialista destacou que a confiança nos dados também será uma prioridade para as empresas portuguesas, impulsionando investimentos em infra-estruturas tecnológicas robustas. No sector das cadeias de abastecimento, o uso de digital twins e machine learning desempenhará um papel crucial na optimização dos processos e na garantia de maior resiliência.
Outra tendência relevante para Portugal será a expansão da IA no sector de Recursos Humanos; segundo Ayise Trigueiros, esta evolução permitirá o «desenvolvimento de soluções mais personalizadas e centradas nas pessoas, além de impulsionar a automação de processos e a requalificação profissional, preparando as organizações para os desafios do futuro».