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ALSO Portugal aposta na proximidade local, aproveitando as sinergias internacionais

A ALSO Portugal reuniu os clientes e parceiros num evento que decorreu no Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento. A empresa explicou a sua estratégia de mercado e o processo de transformação que está a fazer para ser um «fonecedor de tecnologia».

Anabela Correia © ALSO Portugal

O ALSO Channel Trends+Visions 2024 teve uma sessão de abertura com Anabela Correia, chief customer officer da ALSO Portugal, que falou dos quarenta anos da multinacional, com sede na Suíça, que conta com mais de quatro mil colaboradores e atingiu receitas de 11,1 mil milhões de euros, em 2023. A responsável indicou que a empresa «quer ser tão local quanto possível, tão central quando necessário» com a valorização das «relações interpessoais e de proximidade». Anabela Correia salientou que o evento anual da distribuidora tem como principais objectivos «fortalecer o networking e promover a troca ideias» e até a «realização de novas parceiras e novos modelos de negócio», referindo que esta colaboração será de fulcral para o sucesso do mercado das TI em Portugal».

A CCO da ALSO Portugal explicou que a situação macroeconómica, caracterizada por «altas taxas de juros, pressão inflaccionária, constrangimentos na cadeia de abastecimento em termos de disponibilidade, preços voláteis da energia e instabilidade geopolítica», está a criar uma «tempestade perfeita de disrupção» que vai afectar o mercado de TI. No entanto, apesar destas dificuldades, as previsões apontam para o crescimento; a nível europeu, o mercado deve chegar aos «1,2 biliões de euros» e, em Portugal, as despesas com TI devem atingir 9,7 mil milhões de euros, com «todos os segmentos a crescerem e as soluções cloud a posicionarem-se como o principal motor de crescimento», afirmou Anabela Correia. Assim, há um conjunto de riscos que envolvem o «adiamento de projectos», mas também de oportunidades como a utilização da «tecnologia como vantagem competitiva», «a inteligência artificial e o ciclo de renovação de produtos», acrescentou.

Um processo de transformação
No ALSO Channel Trends+Visions 2024, a CCO revelou à businessIT, que a empresa está a fazer uma «transformação daquilo que é um distribuidor tradicional para um fornecedor de tecnologia» e que está a juntar as áreas de soluções e serviços à de supply para «aumentar o grau de fidelização», «a margem para os parceiros» e, também, o nível de «especialização das equipas». O modelo de negócio está, assim, assente nestes três pilares, sublinhou a responsável: «Preocupamo-nos cada vez mais com este mix de negócios e de produto, cliente e canal, porque sabemos que é daí que vem a nossa sustentabilidade». Anabela Correia destacou ainda o que torna a ALSO diferenciadora: «Embora sejamos uma empresa com preocupações locais, que quer ser próxima do mercado português, também temos muitos contractos centrais e hubs logísticos europeus. Estas sinergias permitem, em alguns projectos, tempos de entrega muito menores, um alargamento da nossa oferta e, também, algum conhecimento daquilo que é bem feito lá fora e que conseguimos trazer para o local. É o nosso poder como multinacional».

A responsável revelou, ainda, uma novidade: «Vamos ter um webshop novo para o próximo ano que traz muita tecnologia, automação e vai trazer muitos serviços adicionais aos nossos clientes».

Foco no canal
Na sessão de abertura, a CCO revelou ainda algumas das áreas em que o canal deve apostar e que passam por uma «maior necessidade de parcerias», aproveitando a colaboração já que as empresas, hoje em dia, «não conseguem ser especialistas em todas as áreas». Por outro lado, dada a «volatilidade do mercado», há que «variar a oferta para que não exista uma grande dependência de determinada área de negócio ou segmento, marca ou cliente» e «atender sempre às necessidades empresariais individuais dos clientes e fabricantes». Por último, Anabela Correia disse que é preciso «continuar a criar valor e diferenciação através de especialização e serviços» para se ser bem-sucedido e sustentável.

A chief customer officer sublinhou ainda que a ALSO é um «parceiro sólido» e «mais que um distribuidor» com um «portfólio abrangente» e uma «equipa dedicada».

Próximo ano a crescer
Em termos de resultados, Anabela Correia realçou que, no «princípio do ano, o negócio do mercado de consumo foi ligeiramente mais baixo, mas lembrou que o mercado empresarial continuou a fazer alguns investimentos por «achar que a sua diferenciação vai acabar por ser pela tecnologia». A CCO ressalvou, contudo, que o «atraso do Orçamento de Estado trouxe uma diminuição dos negócios com o sector público e um adiamento na implementação de alguns projectos». Por esta razão, e apesar de, neste último trimestre já se notar uma «recuperação», 2024 vai ser um ano de «estagnação» em que a ALSO Portugal, dado o «mix de várias realidades e negócios» vai «conseguir estar mais ou menos dentro das expectativas iniciais». Já o próximo ano espera-se diferente e melhor que o actual: «Achamos que o ciclo de renovação do parque informático vai ter de acontecer. Portanto, acreditamos que o próximo ano vai ser de maior crescimento. Temos uma capilaridade imensa de pequenos revendedores em Portugal que também precisam de se transformar, porque, se forem sustentáveis, também nós o seremos. O papel da distribuição é aquilo que gostamos de ter, o de uma empresa que consiga aportar valor e ajudar o nosso mercado a crescer».

Uma transição de sucesso
Anabela Correia fez parte da equipa da jp.di e tornou-se a responsável da ALSO para o mercado nacional, quando a multinacional comprou a empresa portuguesa. A CCO fez um balanço desta evolução da empresa à businessIT: «Passámos de uma empresa que tinha um carisma bastante familiar para um mundo de quatro mil funcionários com estruturas completamente distintas, mas a ALSO é realmente uma multinacional diferente. Cada país tem os seus próprios contractos, a sua forma de estar, e depois existem algumas sinergias comuns. Acho que a adaptação foi um sucesso e estivemos, muitas vezes, de parabéns dentro da organização, pela capacidade de adaptação, que foi muito mais rápida que em muitos dos outros países.

A integração foi feita em passos e acho que cada colaborador da ALSO Portugal cresceu profissionalmente por causa do desafio, da troca de conhecimento e de ideias com os outros profissionais do grupo».

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