A Vodafone instalou uma rede móvel privada 5G Standalone (mobile private network – MPN 5G SA) na fábrica de cimento de Alhandra, uma unidade que comemora 130 anos de operação e é a «mais antiga do mundo». No evento em que a Cimpor e o operador de telecomunicações assinaram um acordo de dez anos, Suat Calbiyik, presidente da Cimpor Global Holdings, enfatizou o facto da empresa estar, agora, presente em «catorze países» e a dimensão do «investimento efectuado na transformação digital», apesar de o valor do projecto não ter sido revelado. O responsável destacou, ainda, que esta iniciativa, desenvolvida em parceria com Ericsson e SAP, é «uma das formas de a Cimpor abraçar a inovação».
Em seguida, Luis Lopes, CEO da Vodafone Portugal, realçou que a adopção de redes 5G «representa um novo capítulo na digitalização da indústria». Além disso, o responsável sublinhou que este é o «primeiro passo para criar indústrias mais eficientes, onde a IA e redes de baixa latência e seguras se vão tornar a espinha dorsal de novos processos industriais».
Berkan Fidan, global CTO da Cimpor, revelou os desafios sentidos pela empresa que levaram à implementação da MPN 5G SA: «A indústria do cimento não é apenas de consumo intensivo de energia, mas também de dados. E a recolha destes dados é um desafio, em virtude das condições físicas e operacionais. Por isso, precisamos de transmissão de dados de alta velocidade e baixa latência, sem cabos».
Com a rede móvel privada da Vodafone, a Cimpor passa a ter capacidade de «transmissão em tempo real de informação», o que vai permitir fazer «manutenção em mobilidade, assistência remota com óculos de realidade aumentada, manutenção preditiva de equipamentos críticos, videovigilância, sensorização de alta precisão e sem fios, uma visualização virtual das infraestruturas e inspeccionar instalações com drones». A empresa também vai estender o projecto da MPN 5G Standalone às fábricas de Souselas e Loulé.
Eficiência e sustentabilidade
As vantagens e potenciais benefícios sentidos pela implementação da MPN 5G SA são «muitos», entre estas a «minimização dos riscos, uma maior fiabilidade através da detecção precoce de falhas, um aumento da produtividade dado a existência de menos interrupções, poupança de energia com processos e operações mais eficientes, custos de manutenção reduzidos e inventários optimizados, uma maior eficiência e com emissões mais baixas nas pedreiras através de operações mineiras autónomas e a atracção de talentos em virtude da inovação», enumerou Berkan Fidan. Por outro lado, a redução da pegada ambiental é uma das mais-valias de destaque da nova infraestrutura, esclareceu o CTO: «O MPN vai permitir uma maior agilidade e flexibilidade, essenciais para alcançarmos a máxima eficiência operacional e avançar para processos e produtos totalmente descarbonizados».
O responsável revelou que os «impactos indirectos» dos casos de uso proporcionados pela rede móvel privada são de «1%», o que significa «cerca de 140 mil toneladas de redução de CO2 por ano, o equivalente à absorção anual de 6,5 milhões de árvores».