A última análise da Kaspersky aos 25 serviços de monitorização da actividade online mais comuns, que incluem os serviços Google, NewRelic e Microsoft, revela mais de 38 mil milhões de incidentes de recolha de dados sobre o comportamento dos utilizadores em 2024, registando uma média de um milhão de detecções por dia. Na Europa, os serviços de tracking com maior representatividade são o Google Display & Video 360 (17,27%), o Google Analytics (11,93%) e a Amazon Technologies (9,13%).
Os serviços de tracking online envolvem a recolha, o armazenamento e a análise de dados sobre o comportamento online dos utilizadores. Estes dados podem incluir dados demográficos, websites consultados, tempo passado em cada página e interacções como os cliques, as deslocações e os movimentos do rato, que podem ser utilizados para criar mapas de calor. As empresas aproveitam esta informação para personalizar experiências, aumentar o envolvimento dos utilizadores, direcionar os anúncios de forma mais eficaz e medir o desempenho dos seus serviços online.
Os produtos da Kaspersky apresentam um componente denominado Do Not Track (DNT) que bloqueia elementos de tracking concebidos para monitorizar a atividade do utilizador em websites. Esta funcionalidade permite à Kaspersky avaliar o estado atual da recolha de dados por parte dos serviços de monitorização online. Para efetuar esta avaliação, os especialistas da Kaspersky analisaram os 25 serviços de rastreio mais prevalecentes. Estes incluem quatro da Alphabet Inc. – Google Display & Video 360, Google Analytics, Google AdSense e YouTube Analytics – bem como serviços da New Relic e da Microsoft, incluindo o Bing e outras plataformas de tracking da Microsoft.
A análise revelou que foram detetados 38 725 551 855 incidentes de recolha de dados num ano, de julho de 2023 a junho de 2024, com os utilizadores a partilharem os seus dados aproximadamente 1 060 974 vezes por dia.
O Google Display & Video 360 detém a maior quota entre os 25 principais sistemas de tracking na Ásia. No Sul da Ásia, representou 25,47% dos serviços com componentes DNT a serem accionados, enquanto na Ásia Oriental foi de 24,45%. Na região europeia a sua quota foi de 17,27%. A quota mais pequena foi registada na Comunidade de Estados Independentes (CEI), com 8,38%, onde os sistemas de tracking locais são mais predominantes.
O Google Analytics, que acompanha o comportamento dos utilizadores e as passwords para optimizar o tráfego e o desempenho dos websites, tem a sua maior quota na América Latina (14,89%), seguida do Médio Oriente (14,12%) e da Europa (11,93%).
Os serviços de tracking do Google AdSense dominam no Médio Oriente (6,91%) e no Sul da Ásia (6,85%), com as quotas mais baixas na Europa (5,23%), Oceânia (3,76%) e na CEI (2,30%).
A presença destes sistemas de localização aumentou em quase todas as regiões. Enquanto alguns sistemas registaram reduções em áreas específicas, outros expandiram-se. Contudo, pertencem à Google. Este facto realça a omnipresença dos serviços de rastreio da Google, dedicados ao controlo dos seus utilizadores, ultrapassando de longe os de qualquer outra empresa.
O YouTube Analytics tem a quota mais elevada no Sul da Ásia (12,71%) e no Médio Oriente (12,30%), e a mais baixa na Europa (5,65%) e na América do Norte (4,56%).
Os serviços de monitorização da Microsoft têm a sua maior quota na América Latina (3,38%) e a menor na Comunidade de Estados Independentes (CEI) (0,68%), enquanto os do Bing mostram uma atividade notável nas regiões africana (8,46%) e europeia (5,33%), demonstrando uma menor presença na CEI (0,77%).
Na Coreia do Sul, no Japão e na Rússia, onde os serviços locais de Internet estão muito desenvolvidos, os sistemas de rastreio regionais não só se encontram entre os 25 primeiros como podem, por vezes, ultrapassar os concorrentes globais.
«Embora os 25 principais serviços de monitorização mostrem que a recolha de dados não se limita apenas a algumas empresas, quanto maior for o número de organizações que armazenam e processam as nossas informações, maior é o risco de existirem ataques. No entanto, como a maioria dos serviços de tracking é gerida por grandes empresas de tecnologia, existe uma forte motivação para protegerem os dados dos utilizadores e salvaguardarem a sua reputação. Em última análise, os utilizadores devem assumir a responsabilidade pela sua própria segurança de dados e estarem atentos às plataformas com que se envolvem, tomando medidas para proteger a sua privacidade», sublinha Anna Larkina, especialista em segurança e privacidade da Kaspersky.