O AWS European Defence Accelerator é um programa técnico, comercial e de orientação com a duração de quatro semanas que nasceu para ajudar a «resolver desafios complexos que afectam as organizações de defesa e segurança nacional em todo o mundo, desde as crescentes ameaças cibernéticas, às alterações climáticas e à rápida evolução das tecnologias avançadas», explica Grant Hume, AWS national security, defence & space manager.
Segundo o responsável, a empresa gere «vários aceleradores para uma vasta gama de sectores» – esta é uma das formas como a empresa fomenta a inovação: «Uma das coisas mais importantes que podemos fazer é reunir conhecimentos especializados de uma forma muito direccionada, que ajudem as empresas e as startups a identificar soluções para os problemas específicos que existem. É por este motivo que temos muitos aceleradores diferentes, que se destinam a fazer exactamente isso, colmatar os diferentes desafios».
Uma representante portuguesa
A Hala Systems é uma das treze startups que vão participar no AWS European Defence Accelerator e a única portuguesa. A empresa nacional desenvolveu uma plataforma end-to end chamada Sentry que agrega dados fiáveis para aumentar a segurança e «estabilizar comunidades ameaçadas por catástrofes naturais e provocadas pelo Homem». John B. Jaeger, CEO e co-fundador, explica a missão da empresa: «Criámos a Hala para ajudar a reduzir os danos causados a civis, que não têm poder de intervenção nos conflitos. Alargámos o nosso espectro para reduzir a desinformação e promover a responsabilização, tanto nos tribunais de justiça, como nos da opinião pública. Queremos fazer a nossa parte, para que a sociedade avance para uma realidade baseada em factos».
Fundada em 2016, a startup já forneceu provas de crimes de guerra relacionados com 75 eventos específicos e divulgou 250 relatórios sobre a actividade de aeronaves e violações do cessar-fogo a governos, ONG e às Nações Unidas.
Benefícios para todos
A iniciativa da AWS está aberta a startups de todo o mundo que estejam «interessadas em fazer negócios com organizações de defesa e segurança nacional em toda a Europa»; as seleccionadas, como é o caso da Hala Systems, vão ter acesso a créditos de computação AWS, formação especializada, orientação de especialistas em defesa e segurança nacional e de especialistas em assuntos técnicos e de investimentos, apoio para o desenvolvimento de negócio e consultoria para entrada no mercado.
Além da Hala, estas foram as outras empresas escolhidas para o programa de inovação da AWS: Bazze, Enveil, Second Front (EUA); Blackshark.ai (Áustria); Kognitiv Spark (Canadá), Ampliphae, Kuro, Lupovis, MindLink, PQShield, Quaisr e Telicent (Reino Unido). Grant Hume salienta que as candidaturas foram «avaliadas com base em vários factores», incluindo a «natureza inovadora e única do projecto, a capacidade da equipa para fornecer uma solução, a utilização criativa dos serviços AWS para desenvolver a solução e o valor global da solução para os clientes na área da Defesa».