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Custos com a infraestrutura são um dos principais desafios para empresas adoptarem IA

Um estudo da Lenovo revela que uma das principais dificuldades sentidas pelas empresas da EMEA na implementação de soluções de IA são os custos de infraestrutura e rede de TI. Por outro lado, o sector do retalho é o que melhores resultados têm obtido com o uso desta tecnologia.

Miguel Silva © Lenovo

O relatório ‘Europe and Middle East CIO Playbook 2025 – It’s Time for AI-Nomics’ mostra que a utilização de inteligência artificial está, na sua maioria, a corresponder às expectativas das organizações. Segundo o estudo da Lenovo, feito em parceria com a IDC, 31% dos inquiridos indicaram que as implementações de IA excederam as expectativas, 63% que corresponderam e apenas 6% referiram que ficou aquém das expectativas. O sector do retalho é aquele em que a adopção da tecnologia está a ser mais bem-sucedida: 96% das implementações de IA nessa área de actividade estão a corresponder ou a superar as expectativas, seguido da banca, serviços financeiros e seguros (93%), das telecomunicações e fornecedores de serviços cloud (93%) e da indústria (91%). O sucesso verificado na área do retalho poderá dever-se ao facto de 61% das empresas estarem já em fase piloto das implementações da tecnologia.

Os resultados revelam ainda que, apesar de nos últimos doze meses a IA preditiva e interpretativa ter sido o foco das empresas, no próximo ano será a IA generativa a ter lugar de destaque com 43% das empresas da região EMEA a planear investir em casos de uso desta tecnologia.

Dois lados da mesma moeda
Os principais factores de sucesso para projectos de IA mencionados no estudo dizem respeito ao assegurar de algumas das prioridades estratégicas das organizações, como garantir a soberania e a conformidade dos dados, mas também a facilidade de integração com os sistemas e processos existentes.

Já ao nível dos desafios, os maiores obstáculos na adopção da tecnologia são escalar os projectos a toda a empresa, a falta de qualidade dos dados, de um orçamento dedicado à IA e os custos de infraestrutura e rede de TI. Miguel Silva (na foto), ISG sales manager da Lenovo Portugal, salienta que, em relação a este tipo de despesa, a «questão essencial» é perceber como é que um custo pode ser transformado em investimento: «Acreditamos que os investimentos em IA, sejam em infraestruturas, redes, serviços, software ou soluções, têm de estar focados no desenvolvimento de modelos de que as empresas realmente necessitam. A experiência mostra que as organizações que investem em tecnologia acabam por ter sucesso, excepto em casos de falha da própria tecnologia. É por isso que decidimos triplicar o nosso investimento em infraestruturas e em IA».

Além disso, «existe também uma mudança de paradigma na forma como estas decisões são tomadas», já que «deixaram de ser um tema apenas das equipas de TI e passaram a envolver mais stakeholders, incluindo o CFO, o CEO e o CDO».

Miguel Silva avança ainda que «cada empresa tem de avaliar qual a abordagem que faz mais sentido para a sua realidade» já que «não existe uma solução única». O responsável esclarece que algumas empresas «preferem desenvolver modelos de base», embora outras «optem por usar modelos já existentes e adaptá-los»; tudo depende da «área de aplicação e daquilo que a empresa procura alcançar». O ISG sales manager destaca ainda que isto está a acontecer de uma forma muito rápida e sem precedentes: «O que vemos hoje é apenas o início do potencial que a inteligência artificial pode trazer às organizações. No caso de Portugal, temos assistido nos últimos dois anos a uma procura acentuada em tecnologia em IA, quer no sector privado quer no público».

O ISG sales manager disse que a Lenovo tem «soluções e parceiros» para cada especificidade de negócio e Portugal é um dos países a nível mundial com um índice mais elevado em adopção de novas tecnologias».

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