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Eurofirms: profissionais de TIC em Portugal podem crescer 12% em 2025

A empresa de gestão de talento realizou um estudo que mostra que existem 220 mil profissionais no sector das TIC, a nível nacional, e que este número pode aumentar entre 8% e 12% até ao final deste ano.

Joao Francisco © Eurofirms

O relatório ‘People First’ da Eurofirms referente a Portugal mostra uma subida contínua do número de talentos na área das TIC: foi mais de 60% desde 2019, atingindo os 220 mil trabalhadores no final de 2024. As previsões da empresa apontam para um aumento adicional entre 8 e 12% até ao final deste ano. João Francisco, incompany leader da Eurofirms em Portugal, explica que este aumento é «fruto do investimento do País nestas áreas [TIC] e também de uma mudança de paradigma do mercado de trabalho. Portugal tornou-se um «verdadeiro hub tecnológico, reflexo de uma estratégia sólida e bem implementada para a aceleração digital» nacional. Além disso, o responsável refere que, nos últimos anos, o «aumento de startups tecnológicas em cidades como Lisboa, Porto ou Braga» se destacou no «radar dos empreendedores». A Eurofirms estima que, actualmente, o sector das TIC represente entre 6 e 8% do PIB nacional.

Este sector continua a ter maioritariamente homens, com apenas 34% dos profissionais a serem mulheres. João Francisco sublinha que, enquanto empresa de gestão de talentos, a Eurofirms «identifica gaps de género» e «incentiva as organizações a equilibrar a proporção de colaboradores» para ajudar a ultrapassar esta situação, apesar de reconhecer que é algo que também «deve começar na academia». Já em termos geográficos, embora Lisboa e Porto continuem a concentrar a maioria das oportunidades de emprego, o crescimento do sector «tem vindo a estender-se a outras regiões, nomeadamente Braga, Aveiro e Coimbra», sendo que esta descentralização está «intimamente ligada à presença de instituições de ensino superior de referência nestas zonas, como a Universidade do Minho ou a Universidade de Coimbra».

Salários a aumentar
O relatório destaca que o salário médio anual bruto atingiu os 46 mil euros, com picos de 50 mil euros registados na região de Lisboa. Esta subida representa um aumento entre «35 e 40% desde 2019», sublinha a Eurofirms. João Francisco realça que, tendo em conta que a procura por profissionais destas áreas «continua a aumentar», as previsões são de que os salários também «devam subir», em especial, relativamente a «especialistas em inteligência artificial, ciência de dados, cibersegurança ou desenvolvimento de software».

O responsável alerta ainda que «convém não esquecer que, actualmente, os profissionais valorizam muitos outros aspectos além do salário, sendo também muito orientados para outros benefícios, como os modelos flexíveis». Assim, o incompany leader da Eurofirms considera que é «crucial que as empresas invistam em estratégias de employer branding e no desenvolvimento de planos de progressão de carreira, a par de ofertas salariais mais atractivas».

Já no que diz respeito aos perfis mais procurados, o estudo revela que se dividem entre «funções técnicas e cargos de gestão», tais como full-stack developers, data scientists, UX/UI designers, especialistas em linguagens como SQL, Python e JavaScript, project managers, team leaders e heads of IT.

O responsável afirma ainda que o relatório «confirma que Portugal, não só tem talento, como tem vindo a criar condições estruturais para liderar no digital, potenciando assim a criação de emprego qualificado e bem remunerado».

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