A DE-CIX, operadora de IX que comemora este ano o seu trigésimo aniversário, revelou que em 2024 atingiu receitas globais de 68,6 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 8,3%, em relação ao ano anterior. A empresa alemã terminou o ano com mais de quatro mil redes conectadas em todo o mundo, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, e 170 terabits de capacidade de clientes conectados, um crescimento de 20%. O pico de tráfego global de peering, a interligação directa de redes, terminou o ano pouco abaixo dos 25 Tbit/s, um aumento de 11% face a 2023.
Ivo Ivanov explicou que em Portugal, a DE-CIX está a operar «há seis anos», com presença em «três data centers nacionais»: Equinix, em Sines e Altice. O responsável salientou que Lisboa é uma «importante porta de entrada para o tráfego de dados» visto que é local de amarração de «dezasseis cabos submarinos com mais dois anunciados», havendo «planos de investimento de mais de doze mil milhões de euros em data centers», no País.
Além disso, o CEO sublinhou que com a chegada da DE-CIX ao Brasil, que aconteceu em 2024, «mais trocas de tráfego acontecerão entre o Sul em vez de usarem os cabos do Norte do Atlântico», o que será «importante para o futuro da digitalização e da IA, que será (e já é) extremamente sensível à latência». O responsável disse ainda que «acredita muito no papel de Lisboa e de Portugal como uma «importante porta para África, América do Norte, América do Sul e na abordagem pan-atlântica» e que a empresa vai continuar a desenvolver o hub de Lisboa, para que se possa tornar a próxima «capital digital e de IA» do mundo.
A importância do edge
Ivo Ivanov anunciou que, em Lisboa, a DE-CIX está «habilitada para a inferência de IA», ou seja, permite «oferecer inteligência artificial multiagente como um serviço em tempo real», através de um «ambiente privado virtual semelhante ao multicloud». O CEO acrescentou que, no futuro, a inferência de IA será extremamente necessária e utilizada em todos os diferentes tipos de empresas».
O responsável deu o exemplo de robôs humanóides que vão precisar de reagir em um milisegundo para que as suas acções pareçam naturais e que, por isso, a inferência tem de estar o mais próxima possível, já que «dois milissegundos correspondem à distância de oitenta a cem quilómetros».
O próximo passo será «trabalhar mais em grandes implementações no deep edge» para satisfazer as35 necessidades da nova Internet. Esta realidade precisa de um «novo estilo de peering com mini exchanges do tamanho de uma caixa de pizza», colocadas o «mais perto possível de onde as coisas estão», para que tenham alcance e possam «suportar o desenvolvimento da funcionalidade de inferência multi-IA na próxima geração de produtos e serviços».