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Biotecnologia conta com inovação e IA para redesenhar o futuro da saúde

Startups, instituições académicas e clusters empresariais estão a acelerar a aplicação prática da biotecnologia em Portugal. A integração da inteligência artificial promete tornar o sector mais ágil, personalizado e global.

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Segundo Joaquim Cunha, esta visão estratégica reflecte-se num vasto conjunto de iniciativas que vão «desde as dinâmicas de networking, identificação de parceiros e promoção de trabalho colaborativo, até à auscultação e monitorização permanente de tendências e áreas estratégicas de aposta no desenvolvimento de negócio em saúde».

Olhando para o ecossistema português de inovação em saúde, Joaquim Cunha reconhece-lhe vitalidade, sofisticação científica e um espírito colaborativo crescente: «O ecossistema português de inovação em saúde – da saúde digital à biotecnologia – é dinâmico, em franco crescimento, com profissionais altamente qualificados, com uma produção científica relevante e que se desenvolve num ambiente colaborativo entre a academia e as empresas, no qual proliferam um conjunto cada vez mais relevante de empresas com posicionamento global, onde merece nota um borbulhar muito animador de start-ups de base tecnológica».

Ainda assim, a sustentabilidade deste crescimento exige condições habilitadoras. O director executivo do HCP destaca três factores críticos: «O financiamento, o alinhamento entre o mercado e a I&D e a adopção de boas práticas nacionais e internacionais». Neste sentido, o HCP tem liderado esforços de concertação estratégica, nomeadamente no âmbito do Grupo de Trabalho Mais Economia e Saúde, promovido em articulação com vários ministérios e entidades da fileira da saúde, que «aponta um conjunto estruturado e fundamentado de caminhos para se concretizar o salto que urge dar na captação de investimento e na criação de valor económico a partir da área da saúde, os quais estão disponíveis no nosso website», conclui Joaquim Cunha.

Programas europeus ligam startups, ciência e indústria
Num sector tão exigente como o da saúde, a inovação depende tanto da excelência científica como da capacidade de transformar boas ideias em soluções viáveis, validadas e escaláveis. Esta transformação requer uma infra-estrutura de apoio robusta, algo que o EIT Health, organismo europeu ligado ao Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), tem vindo a construir com impacto crescente em Portugal e na Europa. Marta Passadouro, directora do EIT Health InnoStars Portugal, detalha que a União Europeia tem apoiado activamente o crescimento das startups, nomeadamente através de agências como o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) e, no sector da inovação na saúde, através do EIT Health.

«No EIT Health, concentramo-nos em acelerar a entrada no mercado das inovações no sector da saúde, fornecendo apoio financeiro, orientação e oportunidades de trabalho em rede. É importante referir que este objectivo é alcançado através de um forte envolvimento com os nossos parceiros». Em Portugal, continua a especialista, «esta rede está em constante expansão e inclui hospitais, centros de investigação, instituições académicas e líderes da indústria, todos a trabalhar em conjunto para impulsionar a inovação através da colaboração».

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