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DE-CIX: 76% dos portugueses já utilizaram alguma ferramenta ou serviço de IA

Num almoço com jornalistas, a empresa de Internet Exchange apresentou os resultados do seu estudo sobre a inteligência artificial em Portugal, em que foi possível concluir que 99% dos portugueses já ouviram falar da tecnologia.

Rawpixel/Freepik

O relatório feito pela Netsonda tinha como objectivo perceber o que os «portugueses sabem acerca da inteligência artificial», se a «associam a a alguma área, qual é o impacto da IA na sociedade e como é que vêem o futuro da inteligência artificial», explicou Isabel Moreira, market research consultant da empresa portuguesa de estudos de mercado.

O estudo revela que 99% dos portugueses já ouviram falar de IA, sendo a definição mais usada pelos inquiridos (21%) a de uma ferramenta facilitadora e rápida que ajuda na vida diária. Com uma amostra de 800 indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, foi ainda possível apurar que 76% já utilizaram alguma ferramenta ou serviço de IA. No entanto, existem algumas diferenças significativas em função das faixas etárias já que dos 18 a 24 anos este valor sobe para 93% e desce para 65% nos indivíduos com idades compreendidas entre os 55 e os 64 anos.

O ChatGPT provou claramente ser a ferramenta de IA mais popular, utilizada por 73% dos inquiridos, seguida pelo Gemini com 12%, de ferramentas de criação/edição de conteúdos com 10%, de atendimento e suporte ao cliente com 9%. O Copilot da Microsoft aparece em quinto lugar com apenas 8%.

Entre os sectores onde a IA é mais utilizada, 75% referiram o marketing e publicidade, 73% o serviço ao cliente, 68% o entretenimento e 67% a cibersegurança. A área de actividade menos referida foram os transportes com 37%.

Sobre aplicações avançadas da inteligência artificial como em veículos autónomos, as opiniões divergem e se 17% dos entrevistados refere falta de segurança, inseguro e perigosos e 15% refere que é o futuro, o progresso e e fala em inovação. Já na área de robôs humanóides, os sentimentos também são contraditórios com 29% a indicar que é contra, nunca vai usar ou não gosta e 16% a dizer que ajudam os humanos, por exemplo nas tarefas domésticas, e reduzem o esforço e 7% a falar de uma tecnologia vantajosa e útil.

Além disso, «36% destes respondentes referem que consideram que se pode confiar, de facto, na inteligência artificial para a tomada de decisões em situações críticas», salientou Isabel Moreira. A responsável referiu que «são sobretudo os homens que concordam com este ponto» (40%), enquanto as mulheres já têm mais dúvidas (32%).

Assim, os inquiridos que referiram confiar na inteligência artificial para a tomada de decisões em situações críticas, indicaram como razões o facto de a IA analisar os dados mais rapidamente do que os humanos (71%), a capacidade da IA ​​processar dados em tempo real instantaneamente (64%) e o treino em grandes quantidades de informação (60%).

Por outro lado, a sua incapacidade para lidar com emoções ou necessidades complexas (59%), seguida pela falta de intuição humana (57%) e pelas potenciais falhas nos algoritmos (54%) foram indicadas como as principais razões avançadas para não considerarem a IA fiável na tomada de decisões críticas.

Ivo Ivanov, CEO da DE-CIX, afirmou que «o estudo demonstra claramente que, embora a IA esteja a tornar-se mais comum em Portugal, o público tem opiniões diversas e, muitas vezes, cautelosas sobre as suas formas mais avançadas e autónomas».

O responsável esclarecer que «além da construção de uma infraestrutura digital para suportar aplicações de IA de todos os tipos, a eliminação das preocupações relacionadas com a segurança e a fiabilidade da tomada de decisões em IA serão cruciais para a sua futura aceitação e integração na sociedade».

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