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2025: um ano de crescimento e com foco na IA, na cibersegurança e sustentabilidade

O ano de 2024 foi novamente de instabilidade geopolítica, mas o mercado das TI respondeu bem aos desafios e ficou marcado por um crescimento superior ao esperado, nomeadamente em Portugal. Em 2025, espera-se que a inovação e IA generativa continuem a impulsionar o aumento das despesas com tecnologia. É por isso que os líderes das empresas consideram que os próximos doze meses, apesar de desafiantes, serão, igualmente, de crescimento.

Aumentar a presença no mercado

O ano passado «foi para a Esprinet Portugal um período de resiliência e de transformação», avança Ricardo Ferreira, country manager da empresa, que explica o motivo: «Depois de alguns anos com o negócio muito centrado no consumo, 2024 marcou o ponto de viragem para um posicionamento mais transversal no mercado TI em Portugal. Para isso, deram-se algumas transformações na estrutura da empresa, que visaram dotá-la de uma equipa de profissionais experientes, conhecedores do mercado e dos parceiros» com o intuito de «materializar a missão do grupo de “Ser o ponto de contacto chave entre fabricantes, revendedores e utilizadores de tecnologia”». O responsável refere que a segunda metade do ano já mostrou o quanto a Esprinet «é fundamental» para o mercado e parceiros: «Não só conseguimos crescer na vertente profissional, como ajudámos parceiros a concluir negócios complexos, de difícil concretização sem os nossos serviços, principalmente logísticos e financeiros».

Para 2025 Ricardo Ferreira diz que a empresa está «muito optimista, quer sejam ao nível de evolução do mercado, quer sejam ao nível da performance da própria Esprinet Portugal» e adianta os motivos: «Em termos macro, prevemos um ano de forte investimento na renovação e actualização tecnológica por parte do tecido empresarial nacional, bem como pelo Estado. Se ao nível da contratação pública a execução do PRR trará muitas oportunidades, quanto à componente empresarial privada, factores, como o fim das actualizações do Windows 10, bem como o aproveitamento dos benefícios que novos desenvolvimentos da IA já trazem, serão factores indutores do que acreditamos vir a ser um ano de investimento significativo em tecnologia».
O papel da Esprinet Portugal será de «apoiar os nossos parceiros, para que consigam dar a melhor resposta aos desafios, procurando oferecer, aos mesmos, níveis de serviço e confiança que nos permita vir a aumentar de forma significativa a nossa presença no mercado nacional».

Integração ainda maior da IA

João Godinho, senior security researcher da Kaspersky, explica que, em 2024, a empresa «continuou a fortalecer a sua posição como líder em cibersegurança, enfrentando desafios complexos e emergentes no cenário digital». O responsável indica que o foco foi «melhorar as soluções de segurança com tecnologias avançadas, como a inteligência artificial e a aprendizagem automática, para detectar e mitigar ameaças de forma mais eficaz». Por outro lado, a empresa russa expandiu os Centros de Transparência a «nível global, reforçando o compromisso com a transparência e a confiança dos clientes». Já para este ano, a Kaspersky prevê que a «IA e as preocupações com a privacidade serão os principais factores que moldarão o cenário da cibersegurança». João Godinho revelou ainda outras perspectivas do que vai acontecer em 2025: «Esperamos uma integração ainda maior da IA na vida quotidiana, o que trará tanto oportunidades quanto desafios, especialmente com o aumento das deepfakes e outras formas de fraude digital. Além disso, acreditamos que as novas regulamentações de privacidade fortalecerão o controlo dos utilizadores sobre seus dados pessoais, promovendo um ambiente digital mais seguro e transparente».

Regulação vai moldar a cibersegurança

O ano passado foi caracterizado «globalmente – e também em Portugal – por uma crescente consciencialização sobre a importância de uma postura cibernética mais responsável, impulsionada por directivas como o DL 65, a NIS2 e a DORA», explica António Correia, area sales manager da WatchGuard Portugal. Estas regulamentações «reforçaram a necessidade de um alinhamento estratégico por parte de empresas e governos em matéria de cibersegurança», mas a «falta de recursos técnicos especializados continuou a ser um desafio significativo». Neste contexto, os fornecedores de serviços de segurança gerida (MSSP) desempenharam um «papel essencial», ajudando as empresas a «cumprir os requisitos regulamentares e a superar a escassez de especialistas», diz o responsável.

Para 2025, a pressão regulatória «continuará a moldar o panorama da cibersegurança», antevê António Correia. Isto «deverá impulsionar investimentos mais estruturados em segurança», mas também «aumentará a procura por consultoria e suporte especializado», um papel que os MSSP «continuarão a desempenhar de forma crucial». Já a falta de especialistas técnicos «deverá permanecer como um desafio global e local», tornando «imprescindível o uso de tecnologias que automatizem tarefas repetitivas e reduzam a carga operacional». A WatchGuard Portugal diz ainda que o «fortalecimento do papel da inteligência artificial será ainda mais evidente, não apenas para aumentar a eficiência, mas também para optimizar a gestão de incidentes e mitigar riscos em tempo real». É por tudo isto que António Correia acredita que 2025 «promete ser desafiante e repleto de oportunidades para as organizações que apostarem na inovação tecnológica e numa parceria estratégica com MSSP».