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Quidgest: sistemas obsoletos, conformidade e falta de recursos são os maiores obstáculos na adopção de IA

Segundo o estudo da empresa nacional, 20% das organizações vê a inteligência artificial como uma verdadeira revolução tecnológica comparável à Internet.

Cristina Marinhas © Quidgest

A Quidgest divulgou os resultados do seu primeiro Observatório Internacional dedicado ao estudo e à avaliação do impacto da inteligência artificial na transformação digital das organizações e da sociedade.

A empresa avança assim as principais conclusões que resultam das perspectivas de empresas de 35 países, sendo que 45% dos participantes são de Portugal. O relatório mostra que 65% considera a IA uma assistente que facilita a realização de tarefas complexas, melhora a produtividade, a eficiência, complementa e amplia as capacidades humanas. Já 20% vê a tecnologia como uma verdadeira revolução tecnológica comparável à Internet e 16% dos inquiridos aponta os riscos e desafios éticos como uma preocupação significativa no desenvolvimento e na aplicação da IA.

Os maiores obstáculos na adopção de IA são os sistemas obsoletos (24%), seguido de perto por preocupações com questões éticas, regulatórias e de conformidade (16%) e a falta de recursos de TI e especialização em IA, (14%). A resistência à mudança é reportada por 13% dos entrevistados como um desafio significativo.

Segundo o estudo da Quidgest, o ChatGPT é a ferramenta de IA mais utilizada (30%) sendo que o o Gemini (14%) e o Copilot (10%) fecham o top 3. Contudo, quase metade dos inquiridos (46%) menciona a utilização de outras ferramentas de IA, entre as MidJourney, TensorFlow, PyTorch, DeepL e IBM Watson.

Por outro lado, a maioria dos inquiridos (64%) demonstra confiança na tecnologia desenvolvida em Portugal, revelando que o ecossistema nacional desenvolve soluções de qualidade, mas 63% diz que investe apenas entre 0% e 10% do seu orçamento total em soluções nacionais. Além disso, só 2% das organizações afirma investir mais de 75% do seu orçamento em tecnologia portuguesa.

Dentro das empresas, o conhecimento sobre IA parece estar maioritariamente concentrado nas equipas de TI e transformação digital, de acordo com 44% dos inquiridos. No entanto, 23% dos participantes acredita que a gestão de topo é quem possui a visão e o conhecimento necessários para guiar essas transformações. Paralelamente, há 15% dos entrevistados que está indecisa sobre quem domina este tema.

Outra das conclusões do Observatório é que a maioria (66%) das organizações não mede e/ou nem sabe como medir o ROI da transformação digital já que não possuem mecanismos para monitorizar e avaliar o retorno desse investimento e assim determinar o impacto real da IA na empresa.

Ao analisar o impacto da IA nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, 20% dos entrevistados identificou a indústria, inovação e infraestruturas como a área mais positivamente impactada pelos avanços da tecnologia. A educação de qualidade foi referida por 14% e a saúde de qualidade por 13%.

Cristina Marinhas, CEO da Quidgest, esclarece os objectivos que estão na génese do relatório: «O conhecimento é uma força que só se multiplica quando é partilhada. É exactamente isso que queremos fazer com este Observatório: proporcionar uma visão abrangente, inclusiva e acessível a todos. Seja o leitor um entusiasta do tema, um estudante, um empreendedor em busca de inspiração, ou um CEO a gerir uma multinacional, as conclusões deste estudo vão inspirá-lo a pensar no futuro de forma diferente, a desafiar o status quo e a abraçar a mudança».

A responsável acrescenta que «os resultados apresentados oferecem um vislumbre claro do impacto que a IA já está a gerar, mas dão também pistas fundamentais sobre os caminhos a seguir» e revela que «é um convite para pensar estrategicamente, investir com propósito e apostar na capacitação das equipas, de forma a que se possa liderar com confiança esta revolução tecnológica e contribuir para um futuro mais inovador e inclusivo».

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