A Nova SBE anunciou, em Junho, os principais projectos de investigação a serem desenvolvidos ao longo de 2024, no qual se inclui o The X-Collider, do Data Science Knowledge Center. Esta iniciativa tem como objectivo criar um ecossistema de investigação com organizações que queiram testar o impacto das suas inovações junto de investigadores da universidade portuguesa. Estes, por sua vez, também podem «testar as suas hipóteses em contexto real, através de field experiments».
Susana Lavado, senior data scientist do Data Science Knowledge Center da Nova SBE e responsável pelo The X-Collider, explica que as organizações com maior sucesso são as «capazes de rapidamente experimentar novas soluções, que lhes permitam adaptar-se a um contexto em mudança e chegar a diferentes pessoas». A investigadora alerta que «não basta criar inovação» e que é «preciso compreender, de forma fidedigna, que produtos e serviços fazem sentido num determinado contexto». Para a responsável, isto só é possível «através de dados confiáveis obtidos através de uma experimentação rigorosa e baseada no método científico».
Assim, o objectivo passa por «apoiar organizações a criarem uma cultura de experimentação que as torne mais resilientes e inovadoras, ao mesmo tempo que se gera conhecimento útil para a comunidade científica e, consequentemente, para a sociedade em geral». É esta «perspectiva colaborativa de win-win que está na origem do X-Collider», acrescenta Susana Lavado. A verdade é que, de acordo com a experiência do centro de conhecimento da Nova SBE, as empresas portuguesas estão «cada vez mais a procurar tomar decisões baseadas em dados, que as ajudem a ser mais eficazes e a ter mais sucesso» e, assim, a usar experimentação, embora ainda não o suficiente.
Uma cultura de fail-fast
Este ecossistema de investigação funciona como uma «parceria entre as organizações e os investigadores da Nova SBE», em que as primeiras «podem trazer uma pergunta ou um produto que queiram testar»; já os «investigadores trabalham com a empresa no desenho, implementação e análise das experiências a realizar, garantindo que os dados gerados respondem ao desafio que a organização enfrenta». Por outro lado, os «próprios investigadores podem ter perguntas às quais querem responder», algo que podem «trazer benefícios de eficiência e inovação às próprias organizações». Desta forma, é possível desafiar as empresas a serem «parceiras nessa experimentação, com o cuidado de devolverem à organização insights que as ajudem».
A senior data scientist dá um exemplo concreto: «Recentemente, planeámos um estudo que se focava em novas estratégias de marketing através do uso de LLM integradas no website da empresa». Susana Lavado destaca que, apesar da ferramenta de inovação do X-Collider poder ser «aplicada a qualquer contexto ou problema», está «mais vocacionada para as áreas de inovação tecnológica, inteligência artificial, blockchain, transformação digital e gestão».
Além da concepção de todas as etapas da experimentação, o projecto também presta «serviços de consultoria, formação e workshops em experimentação» para apoiar as organizações a desenvolverem internamente «uma cultura de experimentação potenciadora da inovação».
O X-Collider está à procura de empresas que queiram fazer parte deste projecto: as organizações interessadas podem contactar os responsáveis através do site da universidade, em https://www.novasbe.unl.pt/en/faculty-research/knowledge-centers/data-science/x-collider.