Empreendedorismo

Bridge In facilita o processo de entrada das empresas estrangeiras em Portugal

Esta startup portuguesa ajuda as empresas a estabelecer operações noutros territórios e já deu o primeiro passo na internacionalização, com a entrada em Espanha. O objectivo é alargar a sua presença a «31 países», até 2028.

Pedro Henriques © Bridge In

A missão da Bridge In é ajudar empresas estrangeiras a estabelecer operações em outros países «facilitando o processo de entrada e mitigando os desafios burocráticos», explica Pedro Henriques, co-fundador e CEO da startup. Com operação em Portugal, e mais recentemente em Espanha, a Bridge In oferece apoio na «contratação de talento altamente qualificado e na adaptação ao ambiente regulatório». Além disso, a startup desenvolveu a plataforma de «company-as-a-service» Bridget que «simplifica os aspectos operacionais de uma empresa» quer ao nível do processamento salarial, quer nas áreas de «recursos humanos, legal, contabilística e fiscal», realça o empreendedor. O responsável explica que a startup se diferencia devido à sua «superior qualidade na satisfação integral das necessidades dos clientes, alicerçada por uma equipa interna altamente especializada e processos standardizados e eficientes» e que ajuda «os clientes a navegar nas regulamentações, optimizando simultaneamente os custos de emprego».

Um caminho de sucesso
Criada no início de 2020 para «criar pontes», a startup «levantou a sua primeira e única ronda de investimento no valor de cem mil euros», no mesmo ano. Pedro Henriques diz que a ideia foi «encontrar soluções para as dificuldades das empresas na expansão para novos mercados, com as barreiras culturais, linguísticas e burocráticas». O CEO lembra ainda que a startup nasceu para «criar um novo paradigma» que permita às empresas tecnológicas criar «hubs descentralizados, desenvolvendo a sua própria estrutura, ao invés de utilizarem modelos de offshoring/nearshoring via consultoras de TI». Hoje a Bridge In tem mais de 45 clientes em mais de trinta países, desde «startups a scaleups, incluindo unicórnios e até mesmo empresas cotadas nos EUA». Actualmente, a empresa conta com uma equipa «26 colaboradores» e está a contratar «para as áreas de recursos humanos e software engineering». Até ao final de 2024, a startup prevê ter uma equipa em Espanha e vai abrir vagas para áreas mais operacionais de processamento salarial, contabilidade e legal.

Crescer na Europa
A Bridge In anunciou recentemente a expansão para o mercado espanhol, o primeiro escolhido pela startup para o seu processo de internacionalização. Os motivos que levaram a esta escolha foram «manter a trajectória de crescimento», as «semelhanças em termos de legislação, cultura e processos» e também a «conveniência», já que «está ao lado de Portugal, o que torna as deslocações da equipa de operações muito mais fáceis». Ter presença no País e em Espanha «abre muitas oportunidades em mercados onde, hoje em dia, o ecossistema de startups está muito dinâmico», nomeadamente, «scaleups da América Latina que queiram entrar no mercado europeu». A startup quer «estar presente em 31 países» até 2028 e o responsável revela que a «Irlanda é o destino preferido para expansão». A «ambição é estender as operações a todo o espaço europeu nos próximos cinco anos» e depois a «outros países com bons profissionais na área da tecnologia» ou onde a carga burocrática é «alta e necessita de automação».

No futuro, a Bridge In quer «continuar a proporcionar um serviço completo e de excelência aos clientes, apoiando as organizações descentralizadas e tornando a burocracia previsível e automatizada». A plataforma Bridget terá também um papel cada vez mais fundamental, acredita Pedro Henriques: «Vai evoluir de um sistema de reporte e processamento de informação para um motor de recomendação na gestão de negócios, incluindo o que esperamos que venha a ser o primeiro agente de IA na equipa de liderança de empresas».