O Work Trend Index, que este ano foi feito em colaboração com o LinkedIn, mostra as principais tendências do mundo do trabalho e revela que a IA está a ter uma adopção muito rápida. De acordo com o relatório, realizado com base em inquéritos a 31 mil pessoas de 31 países em todo o mundo, 75% dos profissionais especializados já utilizam a inteligência artificial generativa no trabalho, mas que 46% desses utilizadores começaram a utilizar a tecnologia há menos de seis meses. No entanto, os benefícios sentidos são já claros: 90%
afirmam que a IA os ajuda a poupar tempo, chegando os utilizadores avançados a conseguirem poupar mais de trinta minutos por dia; 85% a concentrarem-se no trabalho mais importante; 84% a serem mais criativos e 83% a desfrutarem mais do trabalho. No entanto, há também receios em relação à tecnologia: 53% das pessoas que utilizam IA no trabalho têm medo de que a sua utilização em tarefas de trabalho importantes e as faça parecer substituíveis; já 45% temem que a IA substitua totalmente o seu trabalho.
Já no que diz respeito aos líderes dos negócios, embora 79% dos inquiridos concordem com o facto de que a adopção da IA é fundamental para as organizações se manterem competitivas, 59% estão preocupados em quantificar os ganhos de produtividade ligados à IA e 60% temem que a sua empresa não tenha uma visão e um plano para implementar essa tecnologia.
Saber usar IA é cada vez mais importante
As competências em inteligência artificial são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho e 66% dos líderes afirmam que não querem contratar pessoas sem skills nesta tecnologia. Além disso, 71% dizem que preferem contratar um candidato menos experiente, mas com competências em IA, que um candidato mais experiente sem essa capacitação.
Este é um facto que poderá tornar-se preocupante, já que apenas 39% dos utilizadores entrevistados estão a receber formação em IA da parte da empresa onde trabalham. Mas o relatório mostra que a maioria dos trabalhadores está atento à situação e à transformação do mercado e, por isso, a apostar na aquisição de competências por conta própria – no final do ano passado, aumentaram 142 vezes o número de utilizadores a adicionar conhecimentos em inteligência artificial no LinkedIn. Manuel Moura, director da unidade de modern work e Surface da Microsoft Portugal, realça que a «IA generativa está a promover no mercado de trabalho a necessidade de acelerar para acompanhar a rapidez da evolução tecnológica, e sobretudo as empresas terão de dar o passo em frente e apostar na capacitação dos seus funcionários com ferramentas e formação em IA, como forma das organizações beneficiarem das mais valias desta tecnologia ao nível da produtividade, mas também na perspectiva de atrair e reter o melhor talento».
Outra preocupação revelada no Work Trend Index está ligada à falta de talento suficiente para preencher as funções ligadas à inteligência artificial no próximo ano, com 55% dos líderes a revelarem-se expectantes quanto ao facto de irem conseguir preencher todas vagas. Esse número sobe para mais de 60% nos sectores da cibersegurança, engenharia e design criativo.
