Além da tecnologia, Jorge Monteiro lembrou que a Ethiack inovou ainda no modelo de negócio, ao avançar para o mercado com a postura de que a cibersegurança tem de ser proactiva e, por isso, há que encontrar as vulnerabilidades, não sendo suficiente proteger os sistemas: «Estamos a fornecer testes contínuos e a reagir o mais rápido possível, com uma tecnologia que nos permite reduzir os falsos positivos para menos de 0,5%». O modelo de negócio desta startup foi inovador ao disponibilizar estes serviços a um preço «muito acessível».
Proteger a inovação
No mundo actual, onde a inovação tecnológica progride a um ritmo acelerado, a cibersegurança não é apenas um complemento, mas um alicerce fundamental. A WatchGuard garante «compreender que cada novo desenvolvimento tecnológico acarreta desafios únicos em termos de segurança», disse Fábio Ribeiro, sales engineer da WatchGuard Portugal, à businessIT. «Estamos empenhados em desenvolver soluções que acompanhem e antecipem potenciais vulnerabilidades. Ao integrar a cibersegurança no núcleo da inovação, não só protegemos dados e infraestruturas, mas também promovemos um ambiente onde a inovação pode florescer de forma segura e sustentável», considera o responsável.
Na mesma linha de pensamento de Jorge Monteiro, Fábio Ribeiro considera a proactividade «essencial» na cibersegurança actual: «Usamos inteligência artificial para prever e combater ameaças antes de se concretizarem. Estas tecnologias não são apenas ferramentas defensivas, mas também motores de inovação, permitindo-nos criar sistemas de segurança cada vez mais inteligentes e adaptáveis». Mais que a tecnologia, a educação e a consciencialização em cibersegurança «são fundamentais», acredita Fábio Ribeiro, com esta empresa de cibersegurança a acreditar que a inovação responsável passa por educar utilizadores e empresas sobre práticas seguras: «Ao aumentar a consciência acerca dos riscos e das melhores práticas de segurança, capacitamos indivíduos e organizações para serem participantes ativos na protecção dos seus próprios dados». Esta abordagem, diz Fábio Ribeiro, reforça a segurança das redes/sistemas e cria uma cultura de segurança vital para o progresso tecnológico sustentável.
Também há inovação em recursos humanos
A Worten destacou-se na inovação do posto de trabalho com a app myWorten, vencendo a primeira edição do Prémio Nacional de Inovação. A aplicação, lançada em Novembro de 2019, tem como objectivo centralizar toda a informação, ferramentas e processos de que os quadros desta empresa da Sonae necessitam. Inês Lourenço, people experience coordinator da Worten, realça que a história de sucesso desta solução vem «provar que a inovação não está restrita à tecnologia». Também nas outras áreas das empresas, nomeadamente na de recursos humanos, a inovação «pode transformar a experiência».
O desenvolvimento desta aplicação, o primeiro projecto da marca a utilizar as metodologias de design thinking e agile, requereu, segundo Inês Lourenço, uma extensa consulta a todos os colaboradores para entender de que forma gostariam de se envolver com a empresa, assim como uma análise aos problemas a resolver e soluções mais relevantes: «Fomos idealizando, prototipando, testando e implementando até que, em 2019, lançámos o MVP do produto», ou seja, uma versão básica da solução que, em conceito, permite à equipa recolher a maior quantidade de aprendizagens validadas sobre os utilizadores com o menor esforço possível. A app myWorten é, agora, apresentada como uma ferramenta base no centro da relação do trabalhador com a Worten, disponível para todos os funcionários, independentemente da sua função ou localização.
Das grandes empresas ao mundo das PME, a inovação ganha outra perspectiva, já que, apesar de terem noção da sua importância, estas empresas de menor dimensão lutam com questões de sobrevivência e permanência no mercado, capacidade produtiva e competitividade. «Não temos dúvidas de que, se não formos inovadores e não criarmos valor acrescentado nos produtos que produzimos, as dificuldades vão ser muito maiores. Para isso, tem de haver um contexto que permita às empresas libertarem alguns recursos para investir na inovação, em novas tecnologias e em novas formas de comercialização», disse Luís Miguel Ribeiro, vice-presidente da Confederação Empresarial de Portugal, na conferência de lançamento do PNI.