O 5G veio trazer mais velocidade, menor latência e a ligação massiva de equipamento em relação ao 4G, agora a NOS anunciou que vai lançar o 5G Stand Alone (SA), cujo core foi desenvolvido com a Nokia, que promete melhorar todos os aspectos da rede móvel actual. Luis Santo, Head of Radio da NOS, indicou que Lisboa e Porto já estão ligados com esta nova rede, «que está em fase de testes» e que contam «fazer o rollout no resto do País durante 2024». Assim, onde existir «5G hoje, haverá 5G SA» até ao final do ano.
Na demonstração feita pela NOS na sua sede, em Lisboa, Dorlinda Costa (na foto), Head of Core Platforms da empresa, explicou que o 5G, que «foi lançado há dois anos» exigiu uma «transformação da rede». Isso «implicou uma nova rede de acesso», ou seja, da «rede capilar que está espalhada pelo País e que faz a comunicação directa com os telemóveis». Além disso, foi necessária a mudança do «core, o cérebro da rede onde é feito o processamento dos dados, da voz e dos serviços e onde se faz a gestão do perfil dos clientes» e também a optimização da «rede de transporte» que liga a rede core e de acesso.
A 5G Stand Alone é a «evolução do 5G inicial» em que o seu core é cloud native e é «uma rede programável baseada em micro-serviços». Assim, «tem funções que potenciam a abertura da rede com API para empresas e developers que permitem disponibilizar os serviços directamente», salientou a responsável. Esta nova rede é ainda mais rápida, em especial no upload, e permite o slicing que é «reservar partes de rede para serviços dedicados», revelou Dorlinda Costa. Desta forma, é possível garantir uma velocidade mínima a um serviço crítico, por exemplo durante uma operação remota, independentemente da rede estar a ser muito requisitada. Além disso, é possível aplicar «uma lógica geográfica» ao slicing em que «os dados são processados localmente, caso seja necessário», destacou Luis Santo.
Outros dos aspectos em que ao 5G SA é também melhor é que «se pode deslocar uma parte do core para o edge» e assim a «distância percorrida pelos dados ser menor» e consequentemente a latência. O responsável destacou que a menor latência permite, por exemplo, «maior fluidez na área do gaming e na área da realidade aumentada». A empresa fez uma demonstração com dois smartphones onde foi possível ver a latência de uma rede 4G na ordem 20 ms e de uma 5G SA na ordem dos 10 ms.
Na questão da velocidade, a NOS deu como exemplos, o upload de vídeos e as situações de videovigilância como áreas que mais irão beneficiar desta evolução da rede móvel e fez uma demonstração em que foi possível chegar quase a 1 Gbps (950 Mbps) de download e 205 Mbps de upload com uma latência de 11 ms.
Outra das mais valias da rede apresentada é ao nível da sustentabilidade e Luis Santo disse que há «uma redução de 78% no consumo energético entre o 5G e 4G» e exemplificou isso com números: um débito de 0,3 Gbps em 4G consume 0,855 kWh, mas com 5G, é possível ter um débito de 0,6 Gbps, ou seja o dobro, com um consumo de 0,378 kWh. O responsável sublinhou ainda que a inteligência artificial esta a ajudar a NOS na gestão do tráfego, «desligando partes da rede quando não é necessária, o que gera eficiências muito consideráveis».
O responsável finalizou dizendo que o 5G SA vai «ser a experiência de rede do futuro» e que os smartphones passam a «usar exclusivamente esta rede», o que vai permitir «maior autonomia dos equipamentos» já que a bateria «não terá de ser partida entre o 4G e o 5G».
No entanto, para usufruir de todo o potencial da nova rede, é necessário ter um smartphone ou outro dispositivo móvel com chip compatível com 5G SA, o que pode não acontecer com os equipamentos 5G mais antigos, além de novos carões SIM.