O 20º edição do eGovernment Benchmark, encomendado pela Comissão Europeia à Capgemini, revela que 84% serviços públicos em toda a Europa já estão disponíveis online.
O estudo anual, que avalia mais de 15 mil websites da administração pública na Europa e foi realizado em parceria com a IDC e Politecnico di Milano, mostra que os países europeus que possuem os serviços públicos digitais mais centrados no utilizador, mais transparentes e avançados tecnologicamente são Malta e a Estónia, sendo que Portugal se situa em 11º lugar com a Noruega.
Já os países em que os serviços online são ainda pouco desenvolvidos são a Albânia, Macedónia do Norte e Montenegro. Turquia, a Grécia e a Sérvia foram as nações que registaram um crescimento mais assinalável no que diz respeito ao nível de maturidade da digitalização da administração pública face ao ano passado.
De acordo com o estudo, menos de metade (49%) dos serviços avaliados estão disponíveis para utilizadores transfronteiriços, um valor que fica aquém do número total de serviços públicos online disponíveis para os utilizadores nacionais. Tal deve-se aos múltiplos desafios com que se deparam os utilizadores cross-border, nomeadamente às barreiras linguísticas e à falta de opções de identificação electrónica – apenas 25% permitem a autenticação transfronteiriça deste parâmetro. No entanto, em 2022, 46% dos serviços públicos para utilizadores transfronteiriços já estavam disponíveis online, o que demonstra que as instituições públicas estão a trabalhar para reduzir esta lacuna.
O estudo conclui igualmente que existe uma tendência positiva evidente no que diz respeito à compatibilidade com dispositivos móveis: mais de nove em cada dez (94%) dos sites do sector público são responsivos – em 2017 eram apenas 60%. Ainda assim, apenas seis em cada dez serviços (63%) podem ser concluídos através de smartphones.
Niels van der Linden, Account Lead for the European Union Institutions da Capgemini Inventexplica que «a experiência do utilizador é fundamental para os serviços públicos digitais» e salienta as diferenças sentidas nos últimos 20 anos: «Vemos que os governos estão cada vez mais conscientes disso e que estão a criar serviços novos e/ou a reformular os que já existem, de modo a responderem a estas necessidades dos utilizadores. Uma maior facilidade de utilização das comunicações móveis, a prestação de serviços sem fronteiras e a adesão às Web Content Accessibility Guidelines (WCAG 2.1) são essenciais para que os utilizadores e os governos alcancem os ambiciosos objectivos fixados no âmbito do projecto Digital Decade». Este projecto prevê que em 2030, 100% dos principais serviços da administração pública sejam digitais.
