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Como a encriptação homomórfica pode revolucionar a partilha de dados entre empresas

CodigoFoto de Markus Spiske na Unsplash

A encriptação homomórfica (FHE, na sigla em inglês) é uma tecnologia emergente que permite realizar operações matemáticas em dados encriptados, sem precisar de os desencriptar primeiro. Aproveite as odds desportivas na Ivibet. Isto significa que é possível processar e analisar dados confidenciais sem comprometer a sua privacidade ou segurança.

A FHE tem um enorme potencial para facilitar a partilha de dados entre empresas, especialmente em setores sensíveis como a saúde, a banca ou a defesa. Por exemplo, imagine que um hospital quer colaborar com uma empresa farmacêutica para desenvolver um novo medicamento, mas não quer expor os dados clínicos dos seus pacientes. Com a FHE, o hospital pode enviar os dados encriptados para a farmacêutica, que pode aplicar algoritmos de inteligência artificial (IA) para encontrar padrões e correlações, sem nunca ter acesso aos dados originais. O resultado final é uma nova descoberta científica, sem violar a privacidade dos pacientes.

A FHE também pode ser usada para criar modelos de negócio inovadores, baseados na monetização de dados. Por exemplo, imagine que uma empresa de telecomunicações quer vender os dados de localização dos seus clientes a uma empresa de publicidade, mas sem revelar a sua identidade. Com a FHE, a empresa de telecomunicações pode encriptar os dados e enviá-los para a empresa de publicidade, que pode usá-los para segmentar anúncios personalizados, sem saber quem são os destinatários. O resultado final é um aumento de receita para ambas as partes, sem infringir a lei de proteção de dados.

Apesar das suas vantagens, a FHE ainda enfrenta alguns desafios técnicos, como o elevado consumo de recursos computacionais e a complexidade de implementação. No entanto, nos últimos anos, têm surgido avanços significativos nesta área, tanto a nível académico como empresarial. Por exemplo, a Microsoft lançou recentemente uma plataforma de código aberto chamada SEAL, que permite aos programadores usar a FHE de forma simples e eficiente. A IBM também disponibilizou uma biblioteca de código aberto chamada HElib, que oferece suporte para operações aritméticas avançadas em dados encriptados. Além disso, existem várias startups que se dedicam a desenvolver soluções de FHE para diferentes aplicações, como a Duality Technologies, a Enveil ou a Inpher.

A FHE é, sem dúvida, uma das tecnologias que as empresas devem ter em atenção em 2022, pois pode abrir novas possibilidades de partilha segura e integrada de dados, ajudando a criar valor a partir dos seus próprios ativos. A FHE pode ser vista como uma forma de democratizar o acesso à informação, sem comprometer a confidencialidade, a integridade ou a soberania dos dados. A FHE pode ser, em suma, uma forma de revolucionar a economia digital.

No entanto, a FHE não é a única forma de proteger os dados enquanto se realizam operações sobre eles. Existem outras técnicas complementares, como a computação multipartidária segura (MPC, na sigla em inglês), que permite que várias partes colaborem para executar uma função sem revelar as suas entradas individuais, ou a computação confiável (TC, na sigla em inglês), que usa hardware especializado para isolar e encriptar os dados dentro de um ambiente seguro. Estas técnicas podem ser combinadas com a FHE para criar soluções mais robustas e eficientes para diferentes cenários de uso.

A FHE, a MPC e a TC fazem parte de um campo mais amplo chamado computação privada, que visa garantir que os dados sejam tratados de forma ética e responsável, respeitando os direitos e as preferências dos seus proprietários. A computação privada é uma tendência crescente no mundo digital, impulsionada por fatores como a regulamentação, a concorrência, a reputação e a inovação. As empresas que adotarem a computação privada poderão obter vantagens competitivas, como a confiança dos clientes, a diferenciação de mercado, a redução de custos e a melhoria da qualidade.