O caminho a seguir
Apesar destes desafios, a transição para tecnologias sustentáveis é vital para o futuro do planeta. Para acelerar esta transição, os especialistas defendem a necessidade de políticas governamentais que incentivem a adopção de tecnologias verdes, como subsídios para energia renovável e normas de eficiência energética. «Além disso, precisamos de investimento em pesquisa e desenvolvimento para tornar as tecnologias sustentáveis mais acessíveis e eficientes», diz à businessIT Filipa Resende, mestre em Engenharia de Energias Renováveis, salientando igualmente o facto de a cooperação internacional ser «crucial para compartilhar conhecimentos e tecnologias sustentáveis entre países».
Por último, mas não menos importante, Filipa Resende fala numa «mudança cultural para valorizar a sustentabilidade», algo que pode «ser alcançado através da educação, sensibilização e promoção de estilos de vida sustentáveis». A académica sustenta, ainda, que as tecnologias sustentáveis são a «chave» para um futuro mais verde: «Embora a transição para estas tecnologias traga desafios, os benefícios potenciais para o planeta e para a sociedade são imensuráveis. Ao abraçar as tecnologias verdes, podemos trilhar um caminho para um futuro onde o crescimento e a sustentabilidade andam de mãos dadas».
Filipa Resende garante que «as tecnologias sustentáveis não são apenas uma tendência», são a próxima grande revolução. «Uma revolução que não está apenas a transformar indústrias, mas também tem o potencial de reformular a forma como vivemos e interagimos com o nosso planeta. É uma revolução que, se abraçada, poderá garantir um futuro próspero e sustentável para as gerações vindouras». Neste momento de crise ambiental, parece consensual que a revolução verde, mais do que necessária, é inevitável: «Como sociedade, temos a responsabilidade e a oportunidade de moldar esta revolução, assegurando um futuro onde a tecnologia e a natureza coexistem em harmonia», conclui a mestre.
Avança tecnológico ajuda mas…
Há cinquenta anos, em 1973, o mundo era um lugar muito diferente. Por um lado, havia pouco menos de quatro mil milhões de pessoas, em comparação com os oito mil milhões estimados, actualmente – um aumento de 100% em meio século. As últimas projecções da ONU sugerem que a população mundial poderá crescer até cerca 8,5 mil milhões em 2030, 9,7, em 2050 e 10,4, em 2100. Uma reportagem do site ZDNet, focada na tecnologia e no futuro sustentável, chega à conclusão de que os recursos consumidos e as emissões geradas pela população em grande expansão – em particular os que vivem no mundo desenvolvido e plantam a maior pegada ecológica – são a causa das alterações climáticas e da perda de biodiversidade, problemas que podem constituir uma ameaça existencial para a civilização humana.