O Nova SBE Data Science Knowledge Center publicou um relatório sobre as práticas actuais de tomada de decisões, baseada em dados, nas organizações sociais portuguesas, nomeadamente instituições com actividades ligadas ao serviço social (centros sociais e lares), à educação, saúde, protecção ambiental e bem-estar animal ou cultura. Entre as principais conclusões está o facto de mais de 40% não saber como maximizar as suas actividades diárias com os dados que recolhe.
Do universo de 243 organizações que participaram no estudo, mais de três quartos das organizações (77%) referem não estar familiarizadas com o conceito de data science, e apenas 14% tiveram formação em ciência de dados ou transformação digital nos últimos dois anos.
A verdade é que as das organizações sociais portuguesas recolhem bastante dados, 82% fazem-no fisicamente, 68% recolhem dados digitalmente, 72% afirmam saber que tipo de dados devem recolher e mais de metade (58%) diz saber recolher esses dados.
No entanto, apenas 57% das organizações manifestam saber como agir de acordo com a informação recolhida, ou seja, existe ainda bastante incerteza por parte destas organizações em como actuar com base nos dados que recolhem e muitas nem sabem o que é o data science. Após lhe ser explicado o conceito e as aplicações desta ciência, 78% conseguem ver o benefício da sua implementação, e mais de metade (53%) conseguiram identificar as vantagens da aplicação de ciência de dados.
Entre as principais vantagens identificadas por estas organizações destacam-se «a sua capacidade para potenciar actividades de angariação de fundos e donativos, e a sua precisão e eficiência para atingir os seus diferentes públicos – quer aqueles que necessitam de ajuda, quer aqueles que querem ajudar», revela a NOVA BSE, em comunicado.
O estudo, que faz faz parte do trabalho desenvolvido no âmbito da Social Equity Initiative, uma parceria entre a Fundação la Caixa, o BPI e a universidade mostra ainda que as principais barreiras à implementação da ciência de dados são a falta de pessoal qualificado , a falta de recursos tecnológicos e a falta de recursos financeiros. Assim, apenas 7% das organizações sociais portuguesas têm recursos financeiros para data science e apenas 9% manifestam ter os recursos técnicos para este efeito.
Além disso, em média, a maioria das organizações deseja basear a sua tomada de decisão em dados, mas não planeia implementar a ciência de dados nas suas operações a curto prazo.
