«Hoje, o nome do jogo é ‘velocidade’», disse Andrea Pontremoli, director-executivo da Dallara, empresa italiana fundada em 1972 para projectar automóveis de corrida. ‘Velocidade’ é uma palavra que não se resume à rapidez dos automóveis em pista, mas também à celeridade e alto desempenho de computação para que os dados e, logo, a informação, esteja ao serviço da performance automóvel.
«A computação de alto desempenho permite que os designers sejam realmente inovadores», diz o CEO do grupo Dallara. «Se os designers não cometerem erros, estão simplesmente a fazer o que já sabem. Ou seja, se queremos que algo de novo seja feito, precisamos mesmo de aceitar os erros. A única forma de o fazer, sem ir à falência, é através da simulação».
E é aqui que entra a Lenovo – e a Computação de Alto Desempenho (HPC) – que convidou um grupo de jornalistas a ir a Parma, mais concretamente a Varano de’ Melegari, ver como tudo se processa.
Supercomputação ao serviço do automobilismo
A Dallara usa os supercomputadores da Lenovo para executar simulações em tempo real, que rapidamente mostram erros no processo e dão à empresa a oportunidade de os corrigir, antes de entrar em produção. «Tudo isto está a mudar muito a nossa economia e a nossa maneira de trabalhar, porque todos queremos construir automóveis vencedores, por isso precisamos inovar rapidamente», acrescentou o director-executivo. Um cluster de supercomputação permite que os engenheiros da Dallara optimizem os contornos aerodinâmicos de um carro, o que envolve decidir a sua forma e executar simulações e testes em túneis de vento.
A Dallara não é particularmente conhecida no mercado, actuando como um fornecedor B2B de algumas das maiores marcas de automóveis do mundo. Entre elas estão nomes como Alfa Romeo, Audi, Bugatti, Ferrari, Lamborghini e Maserati. Em qualquer fim-de-semana, existem aproximadamente trezentos automóveis de corrida Dallara a competirem em todo o mundo, nos maiores eventos, desde a Fórmula 3 passando pela IndyCar, até à European Le Mans Series. Este é um mercado altamente competitivo em todos os sentidos, quer desportivos quer empresariais, que «não permite descansar sobre os louros conquistados», dizem os responsáveis. «Estamos sempre a procurar tornar os nossos automóveis mais rápidos e seguros», lembra Andrea Pontremoli.
HPC torna o processo de design mais rápido e eficiente
A Dallara usa modelagem 3D, análise estrutural, dinâmica de fluidos computacionais (CFD), análise de elementos finitos (FEA) e simulações dinâmicas de condução de veículos, bem como um centro de pesquisa e recursos de túnel de vento para criar automóveis esportivos.
O uso da simulação é muito importante na vida da empresa, já que estas simulações apoiam o desenvolvimento aerodinâmico de automóveis de corrida e de estrada, desde a fase inicial do conceito até o teste do túnel de vento. Por exemplo, a dinâmica de fluidos computacionais permite simular condições físicas que seriam muito difíceis, se não impossíveis, de reproduzir num túnel de vento clássico. Um exemplo é o estudo da análise térmica, que ajuda a estudar desde as variáveis do arrefecimento dos travões, ao calor sob o capot dos automóveis de estrada, passando pela aerodinâmica acústica e pela análise de conforto de veículos comuns».
Dallara precisava de mais “potência”
A equipa de design da marca italiana queria tirar proveito dos novos avanços na tecnologia CFD, mas precisava de mais “potência” para fazer os cálculos. Ao mesmo tempo, queria implementar um ambiente de infra-estrutura de área de trabalho virtual (VDI) que permitisse aos designers trabalhar remotamente. A Dallara analisou uma variedade de soluções, atribuindo pontuações para eficiência energética, desempenho, custo e especificações técnicas a todas as ofertas.
Segundo a empresa, a solução da Lenovo acabaria por se destacar em termos de custo e qualidade. A Lenovo ouviu o que Dallara queria e entregou uma solução, digamos, à medida.
«Não podemos construir um carro de verdade. Custaria uma fortuna e levaria muito tempo», disse Pontremoli aos jornalistas convidados. «Os ganhos obtidos através de computadores e CFD está a permitir-nos reduzir a necessidade de produzir um carro real para testes, porque, quando entramos em produção, já sabemos o desempenho. Produzimos algo que só precisamos optimizar. Não temos dúvidas de que tudo funciona. E às vezes não temos tempo para testar o carro, então passamos directamente da simulação para a produção», comentou.