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Polo iT aposta em Portugal como porta de entrada para a Europa

A Polo iT, empresa especialziada em administração de bases de dados, começou no Brasil em 2005 e chegou agora a Portugal. Joaquim Godinho Neto, CEO e CTO da empresa da Bahia, garante que o interesse pelo mercado português é genuíno mas admite estar de olho na Europa.

Portugal vai ser a porta de entrada da Polo iT no mercado europeu. Esta empresa especializada em administração contínua de bases de dados (DBA - database administration), alta disponibilidade e segurança da informação de ambientes críticos, nasceu no Brasil, em 2005, deu um “pulinho” até ao México, fez uma abordagem a Angola e resolveu “aterrar” em Portugal.

Os responsáveis garantem que o interesse pelo mercado português é «genuíno», mas confessam estar a “namorar”, isso sim, a «grande Europa». Joaquim Godinho Neto, CEO-CTO da Polo iT, explicou à business IT que a aposta da empresa brasileira inclui a disponibilização do exclusivo ‘DBA Center’, que garantiu ser «o mais completo modelo de administração de bases de dados do Brasil», com o conceito ’24/7’ a ser ponto de honra e com a disponibilidade e integridade dos dados a serem garantidas através de uma actuação sustentada em quatro pilares: sistemas, infra-estrutura, processos e administradores altamente qualificados.

Parceiros dão credibilidade

A ideia da Polo iT é basicamente esta: ao invés de ter um administrador de sistemas alocado à empresa, a disponibilidade e segurança dos dados passa a ser garantida pelo fornecedor brasileiro. «O nosso objectivo é garantir, em ambientes de missão crítica, a disponibilidade dos dados em qualquer situação, estudando os comportamentos – quer em termos de acesso e segurança». Indústria petrolífera, banca, seguradoras, hospitais são alguns dos campos de batalha da Polo iT.

E apesar da marca, cá em Portugal, não ser (re)conhecida, Joaquim Godinho Neto acredita que o facto de serem parceiros ‘Gold’ da Oracle (Specialized Oracle Database), e ‘Silver’ da Microsoft (Data Plataform) vai ajudar a desbravar terreno. «Somos uma empresa de técnicos, altamente especializados. O desafio que vamos ter em Portugal, pelo facto de a marca não ser conhecida, é o mesmo que tivemos quando saímos da Bahia e ir para São Paulo. Também aí usamos os parceiros para provar que merecemos a sua confiança».

Outsourcing é a melhor opção

Em Portugal, e apesar de terem presença em Lisboa, o Tecmaia vai ser a centro das operações, com Rafael Grimaldi como representante comercial da marca no País. «Fizemos um levantamento do mercado e percebemos que faz sentido estarmos aqui. Há muita procura por administradores de sistemas e a maioria das empresas, quer de tecnologia, quer de mercado, estão à procura de recursos para colocar dentro de ‘casa’. E nós acreditamos mesmo que já não é necessário ter o técnico ou o engenheiro contratado ou em outsourcing». A empresa defende que a melhor opção é terceirizar a gestão, manutenção e segurança das bases de dados, entregando-os a empresas altamente focadas.

Concorrência com os administradores?

Mais que substituir os administradores de sistema, o que a Polo iT quer é ser parceiro desses técnicos. «Podemos retirar-lhes a carga de trabalho mais ‘braçal’ deixando-os livres para o planeamento e outras tarefas mais nobres». Assim, a empresa consegue actuar de duas formas: por um lado, assumir por completo a operação dos centros de dados, nomeadamente em empresas de mais pequeno porte. Nas de maior dimensão, como por exemplo na banca, com um sistema de monitorização inteligente – entregue como um serviço -, a Polo iT ajuda os administradores a garantirem uma gestão mais eficiente. «Este é o modelo que as petroquímicas usam muito, por exemplo».

Aumento da eficiência e redução drástica do custo são os grandes motivos pelos quais a Polo iT é escolhida como fornecedor, sublinha Joaquim Godinho Neto.

Outra característica que destaca a empresa brasileira da concorrência é o nível de serviço: quanto maior for o nível contratado menor é o nível de intervenções realizadas. «Pode parecer paradoxal, mas é mesmo assim. Esta é muita da nossa filosofia de trabalho: proporcionar descanso e tranquilidade. Sabemos que é esta exigência que o mercado europeu, mais do que qualquer outro, procura e é isso que oferecemos».

Outra questão focada pelo gestor é que, de resto como em todas as áreas das tecnologias, também os administradores de bases de dados são escassos. «São profissionais que a maioria das vezes preferem trabalhar directamente nas tecnológicas e não no cliente final. Por isso a Polo iT consegue atrair esses recursos, somos uma tecnológica altamente focada e isso é bem visto pelos administradores».

Agilidade garantida

Outro dos trunfos da Polo iT é a sua agilidade, o que permite «oferecer às PME o mesmo nível de serviço prestado às companhias gigantes a um preço altamente competitivo», acrescenta o CEO. Entre as características do serviço da Polo iT destaca-se a execução através de metadados pelo que o nível de intrusão nos dados dos clientes só se verifica sob delegação de serviço. Nesta relação, os dados são de acesso exclusivo do cliente, concentrando-se o seu departamento informático na manutenção dos dados, delegando na Polo iT exclusivamente a disponibilidade no seu acesso sem falhas. As conexões são seguras e com baixo consumo de banda (SQL padrão), sem recurso a agentes de hardware e software.

É por isso que a Polo iT diz basear sempre o seu serviço em termos de ‘SLA’ (service level agreement, acordo de nível de serviço), o que nas TI determina as garantias de serviço e a qualidade dos resultados obtidos. Além de tudo o mais, a especialização da Polo iT inclui a administração em base de dados Oracle, SQL Server, MySQL e PostgreSQL, serviços de consultoria e administração de sistemas operacionais.

Duplicar a facturação

Hoje, a empresa é responsável por mais de quatrocentas bases de dados, tendo obtido uma facturação em 2018 de cinco milhões de euros. Mas mais curioso do que o rendimento nos últimos anos é a perspectiva para este ano: dez milhões de euros. Ou seja, pretendem dobrar a facturação. Aliás, pretender não é propriamente a palavra correcta já que esses dez milhões já estão assegurados em contratos entretanto fechados. Como se duplica a facturação? Apostando numa nova área: a jurídica. «Começamos a olhar para esta área com outro interesse e a verdade é que, entre um aumento na banca e o sector jurídico já temos contratos no valor de dez milhões de euros. Os tribunais, por exemplo, têm um volume de informação absurdo e precisam de eficiência. E uma vez serem serviços contratados, agora só precisamos é aumentar este número».