Realidade aumentada, um mix de realidade virtual e RA, hardware, smartphones… em tempo de IFA, uma das maiores feiras de tecnologia, a Lenovo apresentou as novidades para a próxima temporada.
Durante uma semana, a IFA é um verdadeiro viveiro de novidades de produtos e serviços, apresentações, demonstrações e de delinear de estratégias para a próxima temporada. E, regra geral, são os produtos apresentados na IFA que vão inundar o mercado na época de Natal. A Lenovo não foi excepção à regra neste cenário, ao apresentar em Berlim um conjunto de produtos direcionado a vários mercados: mobile, gaming, hardware e até uma opção para o campo das casas inteligentes.
Este leque alargado de opções está alinhado com a estratégia da empresa e o papel que querem vir a desempenhar nesta chamada ‘4th Revolution’. Como explicou à businessIT François Bornibus, presidente da área EMEA da Lenovo, esta quarta revolução é uma «enorme oportunidade para a Lenovo, porque agora se vê que a tecnologia está em todo o lado, absolutamente em todo o lado».
Nomeado para o cargo de presidente EMEA em Março deste ano, François Bornibus assumia anteriormente as funções de vice-presidente e COO da Lenovo EMEA, com uma visão abrangente do negócio da marca.
Conforme indicou o executivo, a estratégia da Lenovo para esta conjuntura, em que quase tudo é tecnologia, assenta em três grandes pilares: manutenção da liderança na área de PC, quer em inovação, lucro e escala; crescimento das áreas de negócio MBG (Mobile Business Group) e DCG (Data Center Group) e ainda pelo investimento em novos dispositivos, cloud e infraestruturas de cloud.
O desejo de ir além do hardware
Assumindo que o objectivo é o de desempenhar um papel «do lado do hardware», a Lenovo quer ir além disso: «Não queremos estar apenas na parte do hardware nesta revolução, também queremos criar plataformas, ecossistemas», explica o presidente EMEA da Lenovo, enumerando como exemplos a indústria IoT e os dispositivos de smart home ou a indústria automóvel, esta última em constante mudança.
«Este deployment de toda a tecnologia é uma oportunidade no lado do hardware, do lado técnico, mas também estamos preocupados com aquilo que podemos fazer no lado de software», indica o responsável.
A empresa conta com um laboratório de investigação, na China, que explora áreas como as potencialidades da IA, wearables e outras tecnologias. Mas, embora o lado de disponibilizar estas tecnologias ao consumidor possa parecer atraente, François Bornibus aponta ainda para o mercado empresarial, dando como exemplos tecnologias como a realidade aumentada ou a realidade virtual: «as diferentes empresas vão começar a pensar ‘como é que uso isto para trabalhar de forma diferente?’», exemplifica, recorrendo a cenários como a construção, indústria aeronáutica ou o retalho.
De acordo com a IDC, em 2021, a realidade aumentada vai ser mesmo uma tecnologia diferenciadora no mercado: estará presente em 35% das reuniões e pode ser uma tecnologia disruptiva, num mercado de 2,5 mil milhões de euros.
Um acessório para uma casa inteligente
A linha de tablets Lenovo Tab 4 não é propriamente uma novidade, mas a introdução do Lenovo Home Assistant Pack é uma aposta no mercado das casas inteligentes. Na prática, trata-se de um acessório que pode ser utilizado juntamente com um tablet Tab 4 para ter um assistente activado por voz. Este dispositivo é compatível com a Alexa da Amazon: pode fazer as pesquisas por voz e a informação ser apresentada no tablet, por exemplo.
Era uma vez… uma parceria com a Disney
Também na lista de anúncios da marca chinesa estava um conjunto de produtos em parceria com a Disney e, mais especificamente, ligado ao universo Star Wars. O Yoga 920 é a novidade na linha Yoga, que junta num único dispositivo a experiência de um tablet e de um PC. De acordo com Matt Bereda, vice-president consumer segment marketing da Lenovo, «o PC já não serve apenas para ligar um rato e um teclado, repensámos a forma como os dispositivos são utilizados».
E este Yoga 920 chega ao mercado com três versões: o Yoga 920 Vibes, a versão premium do dispositivo, com um design resultante de uma parceria com uma escola de design, e uma edição limitada do Yoga 920 Star Wars. Estarão disponíveis dois designs diferentes, consoante o lado com que mais se identifica: um Yoga com o símbolo do Império e outro com o símbolo da Aliança Rebelde.
Para François Bornibus, esta parceria entre as duas marcas «é uma relação win-win, para nós e para a Disney». «A Disney traz a marca, o nome, o conteúdo e os fãs: afinal, Star Wars é um fenómeno gigante; aquilo que nós levamos para a mesa é a tecnologia, mas também o hardware», explica o presidente EMEA da Lenovo. E os fãs da saga são um público-alvo apetecível, principalmente quando se fala da manutenção das vendas de PC.
Além destes Yoga, as novidades de Star Wars incluíam ainda o kit Star Wars: Jedi Challenge, um jogo que utiliza a realidade aumentada para uma experiência interactiva, em que um sabre de luz funciona como o controlador de jogo.
«Decidimos uniformizar e ficar com o nome Motorola»
Assim explicava o presidente EMEA da empresa qual seria o destino da divisão mobile da empresa, reconhecendo a força do nome da marca nos diferentes mercados. A marca divide o negócio mobile em diferentes segmentos, destinados a públicos diferentes: uma linha premium, uma linha média, mais acessível mas com performance de confiança e, por último, uma linha de «essenciais a preço baixo», indicou o responsável.
A marca continua a apostar na linha de módulos para smartphones, a Moto Mod. Uma das novidades apresentada na IFA foi o módulo que inclui uma câmara 360º, com microfone também 360º. Em relação a novos terminais, as novidades da próxima temporada da Lenovo incluem o Moto Z2 Force Edition, um smartphone compatível os módulos Mod, que chegará ao mercado com valores na ordem dos 799 euros.
Já o Moto X4, com características mais modestas quando comparado com o Z2, chegará ao mercado com valores na ordem dos 399 euros. Relativamente à presença da Motorola no mercado português, Borja Vélon, director EMEA communications da Lenovo, assegura que a empresa «está a trabalhar numa nova rede de distribuição» para Portugal.
