Vivemos um momento em que as organizações, independentemente da sua dimensão ou maturidade, são desafiadas a repensar o seu papel no mundo. A pressão para inovar, escalar e entregar valor continua a ser uma constante, mas há uma variável cada vez mais presente nas decisões de clientes, investidores e talentos: o compromisso com a responsabilidade.
Foi com este tema que recentemente colaborei como oradora e mentora no European Innovation Academy, no Porto. Entre centenas de jovens estudantes, empreendedores e investidores de mais de 87 países, partilhei uma convicção baseada em experiência prática: a responsabilidade é um dos maiores trunfos estratégicos que uma organização pode ativar — e quanto mais cedo o fizer, maior o seu potencial de impacto.
A experiência da Logicalis enquanto empresa global de tecnologia, com presença em 30 países, é um exemplo claro disso. Ao longo de décadas, crescemos com base na inovação e na excelência operacional. No entanto, há cerca de quatro anos e meio, reconhecemos que, para estarmos verdadeiramente à altura do nosso posicionamento — Architects of Change — não bastava liderar pela tecnologia. Era necessário liderar também pelo propósito e pelo impacto que deixamos nas pessoas, nas comunidades e no planeta.
Este reconhecimento deu origem a uma mudança profunda. Reavaliámos os nossos processos, estruturas e métricas. Estabelecemos uma agenda global de Responsible Business, com objetivos concretos e aplicáveis em todas as regiões onde operamos. Investimos na criação de equipas dedicadas, na definição de metas ambiciosas, e, sobretudo, na integração da responsabilidade como um princípio transversal à nossa estratégia de crescimento.
Hoje, começamos a colher os frutos dessa decisão: operamos com 75% de energia renovável, reduzimos 26% das emissões associadas a viagens, damos destino responsável a cerca de metade dos nossos resíduos eletrónicos e implementámos uma política de procurement sustentável, com a meta de 80% de conformidade entre fornecedores globais até 2030. Fomos distinguidos, por dois anos consecutivos, como Cisco Global Sustainability Partner of the Year. Mas, mais do que os resultados, o mais relevante tem sido a mudança cultural — a responsabilidade passou a fazer parte de todas as decisões críticas do negócio.
Para os empreendedores presentes no evento, partilhei três learnings que considero particularmente valiosos:
- Comecem com clareza de propósito. O propósito é o que sustenta a resiliência da vossa equipa e o interesse continuado do vosso cliente. Não precisa estar perfeito — mas precisa estar presente desde o início.
- Responsabilidade não é um departamento. É um princípio de decisão. Quanto mais cedo for incorporado na proposta de valor, nas operações e na cultura, mais autêntica e sustentável será a jornada da startup.
- Impacto é um diferencial competitivo. Desde o recrutamento até à atração de investimento, a capacidade de demonstrar compromissos reais com ESG é cada vez mais valorizada. Em muitos casos, é o que diferencia a vossa ideia de negócio no mercado.
Olhando para trás, é fácil reconhecer que esta transformação na Logicalis exigiu tempo, recursos e um forte alinhamento interno. Por isso mesmo, uma das mensagens que mais sublinhei aos fundadores foi esta: gostaríamos de ter começado mais cedo. O momento certo para integrar responsabilidade no ADN de um negócio não é “quando for possível”. É agora.
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