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Portugal desce para o 37º lugar do ranking de competitividade mundial do IMD

O País destaca-se pelas suas infraestruturas e eficiência governativa, apesar dos desafios empresariais e económicos.

Pietro Jeng/Unsplash

Os resultados do Ranking de Competitividade Mundial do IMD 2025 foram divulgados pela Porto Business School (PBS) e mostram que Portugal desceu uma posição e ocupa agora o 37º lugar. No entanto, continua a superar nações como a Espanha (39º) ou Itália (43º).

Este índice, que avalia 69 economias, é liderado pela Suíça, que regressa ao primeiro lugar, seguida por Singapura e Hong Kong. Já a Dinamarca deixou o pódio tendo passado para a 4ª posição (3ª em 2024).

O País destacou-se na área das infraestruturas em que conseguiu o 25º posto da classificação, o melhor desempenho entre os quatro factores analisados. Neste domínio contribuiu a manutenção da educação (21º), a optimização nas infraestruturas básicas (16º vs 33º em 2024) e científicas (26º), o crescimento populacional e pela taxa de escolarização no ensino secundário (ambos 2.º lugar). Entre as fraquezas de Portugal surgem o desperdício alimentar (61º) e o rácio de dependência (56º).

No pilar da eficiência governativa, Portugal sobe seis posições (35º) devido a progressos nas finanças públicas (36º vs 37º), política fiscal (56º vs 58º), quadro institucional (30º vs 42º) e legislação empresarial (24º vs 25º), enquanto o quadro social mantém-se estável (25º). A confiança dos investidores estrangeiros e um governo livremente eleito (ambos 1.º lugar do ranking) são outras áreas de revelo do País, sendo as principais fragilidades a carga elevada de impostos reais sobre as pessoas (66º) e o sistema de justiça (59º).

No que se refere à eficiência empresarial, Portugal desceu da 39ª para a 42ª posição em que a produtividade e eficiência caíram ligeiramente (47º vs 45º lugar em 2024), as finanças recuaram um lugar (45º) e o mercado de trabalho melhorou duas posições (43º). Além disso, as práticas de gestão mantiveram-se estáveis (46º), as atitudes e valores desceram ligeiramente (28.º), a cultura nacional (3º), a participação feminina na força de trabalho (8.º), além da flexibilidade e adaptabilidade (11º) foram elementos positivos. Entre as fraquezas estão o fraco desempenho dos mercados bolsistas (62º), a insuficiente formação de trabalhadores nas empresas (61º) e a elevada fuga de talentos (61º).

No domínio do desempenho económico, o País regista uma queda para a 42ª posição (39º em 2024), já que a economia doméstica desceu do 44º para o 54º lugar, enquanto o comércio internacional subiu do 25º para o 22º posto. O investimento internacional recuou ligeiramente (33º vs 29º em 2024), o emprego manteve-se estável (39º) e os preços desvalorizaram dois lugares na tabela (36º). Destacam-se positivamente a concentração das exportações (3º) e as receitas do turismo (7º), enquanto persistem fragilidades no PIB real per capita (62º) e no desemprego jovem (58º).

Segundo o PBS, os resultados de uma sondagem de opinião feita em paralelo junto de decisores empresariais, os principais factores que tornam Portugal atractivo para o investimento e actividade económica são a disponibilidade de mão-de-obra qualificada (80%), a fiabilidade das infraestruturas (70,7%), os custos competitivos (64%) e o elevado nível educacional da população (49,3%). A política fiscal é o factor menos atractivo (2,7%).

Assim, a instituição de ensino e a IMD consideram que Portugal tem cinco desafios estratégicos para os próximos anos: « a necessidade de diversificar a economia, reduzindo a dependência do turismo e a exposição a choques externos; o reforço da educação e da qualificação em áreas críticas como gestão, tecnologias digitais e transição verde; a reforma dos serviços públicos; inverter a tendência demográfica através de políticas de natalidade e de uma imigração integradora; e a revisão das leis de falência e reestruturação empresarial, que poderia fortalecer a competitividade do tecido empresarial português.

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