Em Foco

Indústria 5.0: o ser humano volta a estar no centro da evolução industrial

A Indústria 5.0 regressa a um paradigma centrado no ser humano, aliando tecnologias avançadas à criatividade e destreza dos trabalhadores. Em Portugal, exemplos concretos já demonstram como esta combinação potencia a inovação, a resiliência e a sustentabilidade.

© DC Studio/Freepik

Visão a longo prazo
O conceito de ‘Indústria 5.0’, reforçam os mesmos especialistas, implica também uma visão de longo prazo, na qual factores de sustentabilidade e responsabilidade social ocupam lugar de destaque. Para que isso se concretize, dizem ser fundamental apostar na formação contínua das equipas, na criação de ambientes de trabalho seguros e na promoção de processos produtivos mais ecológicos e adaptáveis aos desafios contemporâneos. Além disso, a já mencionada aposta em soluções tecnológicas avançadas – como inteligência artificial, robótica colaborativa ou realidade aumentada – «deve ocorrer de forma a valorizar o papel do trabalhador enquanto fonte de criatividade e pensamento crítico».

No que respeita à competitividade, os investigadores sustentam que estas só conseguirão destacar-se se forem capazes de desenvolver e produzir bens de elevado valor acrescentado, gerados a partir de processos produtivos em que a qualidade, a inovação e a agilidade sejam prioridades. «Este processo é fundamental para aumentar a produtividade e a competitividade das empresas nacionais», sublinham, atribuindo às pessoas um papel crucial nesta equação. Em paralelo, lembram que, ao contrário do que muitos podem temer, a adopção de novas tecnologias não se traduz necessariamente na redução de postos de trabalho, mas sim na requalificação e no surgimento de funções mais especializadas.

Outro aspecto que enfatizam é a importância de uma colaboração fluida entre diferentes áreas do conhecimento, desde a engenharia à gestão, passando pela economia e pelas ciências sociais. A Indústria 5.0, tal como a definem, requer uma abordagem multidisciplinar, capaz de unir esforços em prol de soluções que sejam, ao mesmo tempo, economicamente competitivas, ambientalmente sustentáveis e socialmente responsáveis. Para tal, destacam a necessidade de reforçar parcerias entre universidades, centros de investigação, empresas e entidades governamentais, criando um ecossistema propício à inovação e à disseminação de boas práticas.

O foco na resiliência, por sua vez, implica a construção de cadeias de valor mais ágeis, preparadas para enfrentar desafios imprevistos, seja a escassez de materiais, as flutuações de procura ou até crises globais que obriguem a reconfigurar rapidamente os meios de produção. Nesta perspectiva, dizem, as pessoas são encaradas como agentes activos de mudança e de resolução de problemas, capazes de adaptar métodos, reinterpretar dados e propor novas abordagens às operações industriais.

2 comentários

Deixe um comentário