Não obstante, o financiamento para IA generativa, embora ainda seja uma fracção do total de investimentos em inteligência artificial, é significativo e está a crescer rapidamente, tendo atingido, segundo dados da McKinsey, um total de doze mil milhões de dólares só nos primeiros cinco meses de 2023. O capital de risco e outros investimentos externos privados em IA generativa aumentaram a uma taxa média de crescimento composto de 74% ao ano de 2017 a 2022. Durante o mesmo período, segundo a mesma consultora, os investimentos em inteligência artificial, na generalidade, aumentaram anualmente em 29%, embora a partir de uma base mais alta.
Regras da Europa podem desacelarar a inovação
De um ponto de vista geográfico, o investimento privado externo em IA generativa, principalmente de gigantes tecnológicos e empresas de capital de risco, está largamente concentrado na América do Norte, reflectindo o actual domínio do continente no panorama geral do investimento em IA. As empresas relacionadas com a IA generativa sediadas nos Estados Unidos angariaram cerca de oito mil milhões de dólares de 2020 a 2022, representando 75% do total de investimentos nessas empresas durante esse período. É um facto que os Estados Unidos são “a” potência quando consideramos os investimentos nesta tecnologia.
No entanto, são vários os especialistas que acreditam que a Europa está numa posição única em relação à IA: «Por um lado, temos um forte ecossistema de investigação e uma base industrial sólida que pode beneficiar significativamente da adopção da IA», explicou à businessIT Matthijs Olavi, senior researcher na Universidade de Tecnologia de Helsínquia.
Por outro lado, diz o académico, enfrentamos desafios distintos: «A fragmentação do mercado digital europeu e a escassez de competências digitais são obstáculos significativos que precisamos de ultrapassar. Além disso, a abordagem regulatória da UE, embora importante para garantir o desenvolvimento ético da IA, pode potencialmente desacelerar a inovação se não for cuidadosamente equilibrada». No entender de Matthijs Olavi, para que a Europa maximize os benefícios económicos da IA, é necessária «uma estratégia coordenada que promova a inovação, invista em educação e formação, e crie um ambiente regulatório que proteja os cidadãos sem sufocar o progresso tecnológico».