Filipe Rodrigues, head of digital & innovation da Arena Media Portugal
Um pouco como em tudo o que é novo, e principalmente nos meios que crescem de forma muito acelerada, existem diversos desafios que devem ser olhados de forma crítica, particularmente do ponto de vista ético. Questões como a privacidade, a transparência na obtenção de dados e o uso das informações pessoais são preocupações naturais dos consumidores e extremamente importantes para evoluirmos no digital, de forma responsável.
Para tal, é preciso encontrar um equilíbrio saudável, que nem sempre é fácil ou óbvio, mas que conjugue o melhor das tecnologias sem comprometer a segurança e privacidade dos consumidores. É uma linha ténue que nunca se quer ultrapassar e este equilíbrio privacidade permite um marketing mais assertivo, onde o consumidor se sente compreendido e valorizado, e a empresa ganha em eficiência e impacto positivo. Ao recolher e analisar dados de forma responsável e transparente, as marcas conseguem segmentar e personalizar a sua comunicação com muito maior precisão, direccionando conteúdos que realmente interessam, reduzindo o “ruído” publicitário e aumentando a relevância das interacções.
O mais importante nesta relação, e na construção de confiança entre marca e consumidor, é que este último sinta sempre que tem controlo sobre os seus dados e visibilidade».
Sérgio Azevedo, managing partner da Streamroad Consulting
Com a utilização frequente deste tipo de ferramentas tecnológicas no marketing, surgem alguns desafios éticos e de privacidade. O volume de dados recolhidos sobre os consumidores, muitas vezes sem a sua total compreensão, levanta questões sobre a protecção da privacidade e o consentimento informado. As empresas têm de ter a capacidade de garantir que os dados são tratados de forma segura e transparente, evitando abusos e intrusões. As regulamentações, como o RGPD, têm sido importantes para orientar o comportamento das empresas, mas é essencial que estas apostem em boas práticas de recolha e uso dos dados dos clientes.