A Cegid aconselha a que, antes de implementar as soluções de RH, as empresas definam os dados e os processos críticos, a nível administrativo e estratégico, garantam formação adequada aos utilizadores e, naturalmente, ajustem os processos de RH à nova realidade: «Um dos maiores desafios é garantir que as soluções adoptadas são verdadeiramente capazes de simplificar e agilizar processos complexos, como o processamento salarial, a avaliação de desempenho, a gestão da formação e outras operações administrativas de RH, sem comprometer o rigor e a conformidade». O responsável fala ainda na complexidade dos processos de RH que exige soluções tecnológicas avançadas que possam gerir essa mesma complexidade, salvaguardando a precisão e a transparência da informação, enquanto oferecem simplicidade e agilidade para os colaboradores.
Tendências nos RH
De acordo com o mesmo estudo da IDC, 11% por cento dos gestores identificam especificamente a IA como o «futuro dos RH», o que, segundo Luis Cadillon, é o reflexo da existência de uma «massa crítica de pessoas com interesse na evolução da IA no sector,» o que faz desta uma «tendência dominante, e em consolidação». A segunda tendência, também sublinhada no estudo, é a da automatização. Tarefas repetitivas, de baixo valor acrescentado, manuais, estão presentes em 48% das grandes empresas: «Porém, tendo em conta que a automatização de tarefas é uma das impulsionadoras da maturidade digital e de RH e estas se reflectem em crescimento dos lucros, esse número deverá cair fortemente nos próximos anos», assume o responsável.
Indo além do estudo, a terceira grande tendência identificada por Luis Cadillon, e em consonância com outras áreas, é a migração progressiva para a cloud: «Os gestores de recursos humanos querem estar constantemente anualizados com as funcionalidades mais recentes, que os apoiem a ganhar eficácia na gestão de tempo, de múltiplas tarefas e de uma exigência crescente por parte dos colaboradores. Cada um, ao seu ritmo, tenderá a querer experimentar as soluções mais avançadas e as versões mais básicas do software».
Gerir as experiências digitais
Até que ponto as soluções de TI contribuem para a retenção de talentos nas empresas Miguel Bilimória, CPO da PHC Software, fala em duas vertentes. A primeira é a experiência digital de cada colaborador: «Actualmente, as aplicações que a empresa utiliza e a forma como cada pessoa é apoiada no uso dessas aplicações são partes muito importantes da experiência de trabalho». As empresas precisam de gerir esta experiência digital, pois quando não o fazem, os colaboradores acabam por ter de conhecer e usar múltiplas aplicações no seu dia-a-dia, o que resulta numa má experiência de trabalho.
A segunda vertente, envolve soluções de gestão de capital humano, como a gestão da avaliação de desempenho, gestão de carreira e portais do colaborador para gestão de despesas e vencimentos. «Estas soluções digitalizam e simplificam processos burocráticos e administrativos para facilitar a experiência de trabalho e consequentemente contribuir significativamente para a retenção de talentos».
