A Windcredible foi criada em Novembro de 2022 e tem como missão «tornar a energia eólica acessível às famílias e empresas», explica Filipe Fernandes, CEO e co-fundador. O empreendedor explica à businessIT que o objectivo é «mudar a forma como a energia é produzida e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis», transformando os «consumidores em produtores de energia, para que possam poupar nos gastos em electricidade ao mesmo tempo que ajudam o planeta».
A ideia nasceu quando Filipe Fernandes e o António Santos estavam «à procura de soluções para reduzir os custos com electricidade no local onde prestavam serviço, o Quartel da Unidade de Intervenção da GNR, na Pontinha», salienta. Os responsáveis repararam na «quantidade de vento que havia no local» e «procuraram soluções para aproveitar esta fonte de energia». Inicialmente, começaram por construir turbinas «semelhantes às já existentes, mas em escala mais pequena». Para isso usaram «impressoras 3D para imprimir as pás da turbina e motores de trotinetes eléctricas reaproveitados para servirem de geradores», conta o CEO.
Entretanto o engenheiro mecânico Marvim Fernandes juntou-se à equipa, que começou, assim, a produzir os primeiros protótipos. Contudo, rapidamente perceberam que o «design tradicional num formato mais pequeno» era «pouco eficiente no meio urbano»: tinha os «mesmos problemas que as suas “irmãs” de maior escala: ruído e produção de muitas vibrações no local da instalação». Quando procuraram uma solução para o problema, conheceram «Nelson Batista, doutorado em mecatrónica e engenharia da energia» que tinha desenvolvido uma «turbina eólica de eixo vertical, altamente eficiente, que não produzia qualquer tipo de ruído ou vibração, enquanto girava». Assim, a Windcredible ganhou “asas” e tornou-se uma startup cujos testes iniciais da solução «deixaram muito boas expectativas de futuro, tanto em relação àquilo que já foi desenvolvido, como ao que ainda é possível melhorar», diz Filipe Fernandes.
O futuro da sustentabilidade
A startup tem ganho alguns prémios e, agora, está a fazer pilotos, uma «peça essencial no desenvolvimento para validar a tecnologia, os resultados das simulações e, ainda, obter feedback directamente dos clientes», sublinha o responsável. Filipe Fernandes esclarece ainda quais vão ser os próximos passos da startup: «O nosso objectivo, num futuro próximo, é terminar o desenvolvimento do nosso produto, para que possamos entrar oficialmente no mercado português, em 2025. Após conseguirmos atingir esta meta, queremos construir uma boa estrutura industrial e também organizacional. Esta fase é essencial para conseguirmos, não só ter uma boa resposta ao volume de encomendas, mas também estarmos próximos da fase seguinte: a internacionalização».
Actualmente, a Windcredible tem cinco colaboradores, mas está à procura de pessoas com «competências na área da engenharia electrotécnica e experiência na implementação de projectos de energias renováveis», avança Filipe Fernandes.
Após o foco inicial no mercado português, a Windcredible quer ir mais além, como destaca o CEO: «Queremos começar por países e regiões com ventos fortes, onde a energia eólica já está mais desenvolvida, em que há abertura e apoios para implementar novas tecnologias, como por exemplo, os países nórdicos, a costa Este dos EUA e o Brasil», entre outros. Numa perspectiva «mais a longo prazo» a startup quer «realizar a missão a que se propôs: instalar uma turbina em cada telhado», realça Filipe Fernandes.