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«Na inovação, não há más ideias»

O que há, é ideias que não são novas. Ou que estão longe de serem materializadas. E há outras que, sendo boas, não têm receptividade por parte do mercado, diz João Lima Pinto, da ebankIT.

Criada em 2014, a portuguesa ebankIT, especializada em software para o sector financeiro, desde logo abraçou uma carreira internacional com a abertura de um escritório em Londres. Esta foi uma “veia” que se expandiu a outras geografias como Nova Iorque e Vancouver, que dão cobertura a cerca de sessenta clientes em onze países. No total, são mais de treze milhões, os utilizadores que lidam diariamente com a plataforma da ebankIT: «É uma empresa em crescimento, que usa muito a inovação e a sua tecnologia como forma de desenvolvimento», disse João Lima Pinto, board member da ebankIT, na segunda Talk do Prémio Nacional de Inovação.

«Temos uma preocupação muito grande nesta área da informática, que é o sucesso dos projectos dos nossos clientes», salientou o responsável, enfatizando que, desde a sua fundação, praticamente todos os clientes continuam a usar a plataforma: «A simplicidade de utilização é um dos pontos de honra da ebankIT, a par da rentabilidade dos custos de operacionalização dos clientes na utilização das soluções bancárias».

Fazer e errar
Fazer, errar, ajustar e fazer de novo. Voltar a errar e a fazer. É mais ou menos assim, o processo criativo e de inovação da ebankIT. Na sua apresentação, João Lima Pinto explicou que muitas das ideias nunca saíram do laboratório – foram concebidas, prototipadas e, muitas vezes, o mercado não as absorveu. «Há coisas criadas há dez anos que só agora estão a chegar ao mercado, tem que ver com a maturidade desse mesmo mercado», explicou.

Uma das métricas que «muito orgulha» a empresa portuguesa é o facto de grande parte dos clientes que adoptaram as suas soluções terem sido premiados pela sua eficiência, inovação, transformação do mercado ou pela rentabilidade: «Na prática, isto representa um ganho brutal para as próprias organizações e, indirectamente, para as soluções da ebankIT». Para incutir uma missão de inovação em toda a estrutura da empresa, a própria administração está envolvida nos processos, lançando ideias e desafios, realizando eventos ao longo do ano para promover interacções: «Temos um conjunto de iniciativas a que chamamos ‘Labs’, onde apontamos diferentes áreas de inovação, seja funcional ou tecnológica».

Outra área de inovação é o marketplace, onde a ebankIT abraça parcerias com outras empresas que complementam a sua oferta, resultando em inovação conjunta: «Isso significa que, se eu tiver um mecanismo de autenticação por voz, por exemplo, não vamos ser nós a desenvolvê-lo. Vou pegar no know-how de um parceiro que já o saiba fazer, vou incluí-lo dentro da minha tecnologia, fazendo com que o processo seja muito mais fácil para o utilizador».

A importância do factor da ideia
Na jornada da inovação, a ideia é das valências mais importantes, algo que tem de ser incentivado dentro das empresas. «Não há ideias más», dizia no evento João Lima Pinto. «Há umas que, se calhar, já foram feitas, outras que estamos longe de conseguir… mas partir de uma ideia, é uma boa base para o que possa ser inovação», explica o board member da ebankIT. A partir daí, a prototipagem é o passo seguinte, que no caso da informática pode atingir diferentes formas, havendo depois uma abordagem ao mercado no sentido de entender se o produto ou solução seria bem aceite: «Temos a sorte de, dentro do nosso ecossistema, ter um conjunto de clientes com bastante proximidade e que veem grande valor neste tipo de abordagem».

De resto, João Lima Pinto admite que a mais-valia da empresa é garantir aos clientes que, independentemente do posicionamento do mercado e das tendências, a ebankIT vai estar na linha da frente com soluções: «Para nós, isto é fundamental porque quando um cliente compra a nossa plataforma é numa perspectiva de cinco, dez anos».