Um estudo da Oliver Wyman mostra que a transformação digital de empresas de média dimensão tem o potencial de gerar negócio de 100 mil milhões de euros para fornecedores de serviços de TI na Europa dado que o orçamento deste segmento de organizações para essa área deverá crescer 52% nos próximos cinco anos.
Segundo a consultora de gestão, o segmento, com receitas anuais de 0,5 a 5 mil milhões de euros, vai aumentar 8,8% ao ano até 2026 (acima da taxa de crescimento anual de 7,6% para o total do mercado), o que significa que «a despesa agregada em serviços informáticos no mercado médio europeu crescerá 52%, totalizando 99,6 mil milhões de euros até 2026 , enquanto o total do mercado crescerá 44%».
Em 2021, as empresas médias investiram mais de 65,4 mil milhões de euros em serviços de TI, representando 28% do volume total investido por todas as organizações na Europa. Por subsegmento, as empresas mais pequenas (0,5 – 1 mil milhões de euros) gastaram quase 19,5 mil milhões de euros (30% do total), as empresas com receitas anuais de 1 a 2 mil milhões de euros gastaram 17 mil milhões de euros em TI no total (cerca de 25%) e as maiores, o subsegmento de 2 a 5 mil milhões de euros, gastaram perto de 29 mil milhões de euros.
Já por sector de actividade, as empresas de telecomunicações e tecnologia foram as que mais investiram em TI (27%, num total de mais de 17,5 mil milhões de euros), seguidas pela indústria bancária e seguradora (21%, cerca de 14 mil milhões de euros) e pela indústria transformadora e recursos naturais (9,9 mil milhões de euros ou 15% do total).
Hendrik Willenbruch. partner da Oliver Wyman, explica que «no rescaldo da pandemia, muitas empresas decidiram recuperar o atraso através de investimentos chave, de modo a acelerar a transformação para a cloud responder aos requisitos cada vez mais exigentes de cibersegurança e, em última análise, modernizar as suas aplicações».
O responsável realça ainda que «cerca de metade dos clientes do mercado médio optavam por gerir as TI principalmente a nível interno, devido a preocupações com a protecção de dados e a vantagem que isso representava em termos de custos. Contudo, muitos deles enfrentam agora dificuldades na gestão de toda a transformação por meio de recursos internos. Como resultado, recorrem cada vez mais a fornecedores externos, especialmente as médias empresas, que consideram mais difícil atrair talento num ambiente de escassez geral de especialistas em recursos de TI».
Assim, o estudo da Oliver Wyman conclui ainda que as empresas de média dimensão são tradicionalmente servidas por grandes integradores de sistemas tradicionais ou por players médios e system houses, que se tornaram uma base forte para as empresas mais pequenas, graças à proximidade física e à competitividade de custos que oferecem e que, as organizações médias ao decidirem contratar serviços externos, dão prioridade aos fornecedores que oferecem soluções à medida, específicas para a indústria, e à qualidade de serviço. Além disso, segundo o relatório da consultora, estes dois factores são mais relevantes do que o preço.