A falta de mão-de-obra qualificada na área das TI não é novidade e sente-se um pouco por todo o mundo; num sector cada vez mais digital e dependente da tecnologia e da inovação como é o da saúde, as preocupações com este tema estão a crescer.
Assim, o EIT Health lançou a WorkInHealth Foundation com o objectivo de «encontrar novos talentos que respondam ao crescimento da necessidade de força de trabalho digital que se fará sentir na próxima década na área da saúde» e cujo projecto inicial irá consistir numa plataforma de inteligência artificial que fará o “match” entre profissionais e empresas à procura de colaboradores. Para isso, a fundação quer angariar «dois milhões de euros do sector tecnológico e patrocinadores empresariais de forma a financiar as campanhas para atrair novos talentos e melhorar ou requalificar os talentos existentes» na Europa.
Segundo Miguel Amador (na foto), EIT Health InnoStars business creation lead, a plataforma entrará em funcionamento «após o encerramento do processo de levantamento dos fundos iniciais». O responsável acrescenta que o plano é que os «primeiros recursos sejam lançados em 2023».
Além disso, há outros temas que serão alvo de atenção por parte da fundação, como «melhorar a imagem e a reputação do sector da saúde, tornar as carreiras no sector mais atractivas, ajudar as organizações a definir melhor as suas necessidades e a ter programas de educação e formação de qualificação e requalificação a profissionais e recém-formados».
De acordo com um estudo da McKinsey & Co., nos próximos dez anos, 50% das actividades laborais da indústria farmacêutica e cuidados de saúde vão ser automatizadas, o que poderá originar 120 mil novos empregos tecnológicos.
Amazon, Apple e Microsoft entre os apoiantes
A WorkInHealth está a pedir apoio das tecnológicas, além das empresas da área da saúde, para conseguir levar a iniciativa a bom porto. Celine Carrera, directora de educação da EIT Health e presidente da WorkInHealth Foundation, salienta a importância do projecto: «Se a Europa pretende manter um sector de saúde vibrante e sustentável que possa liderar na inovação, temos de enfrentar o desafio de recrutar e educar os melhores talentos. Vai ser preciso um esforço colectivo e estamos orgulhosos de ser pioneiros numa solução de longo prazo».
A fundação iniciou conversações com cerca de «uma dúzia de empresas para avaliar o envolvimento e os compromissos de investimento», diz Miguel Amador. Entre estas, estão parceiros da rede como a Sanofi, a GE Healthcare, Capgemini, e Atos, mas há também grandes empresas de tecnologia como a Amazon, Apple, IBM e Microsoft. Todas estão a ser «convocadas para que se envolvam e ajudem a atrair novos recursos humanos, melhorar os talentos existentes e tornar o setor de saúde mais atraente para os recém-licenciados», salienta o responsável, e dessa forma «responder à crescente procura por tecnologia digital e data-driven que marcará a força de trabalho na próxima década». Estas empresas estão ainda a auxiliar a fundação a «definir o scope de actividades».
Miguel Amador diz ainda que todas as organizações que queiram contribuir para este esforço europeu são «bem-vindas»; para saber como participar, devem aceder ao site da WorkInHealth Foundation (eithealth.eu).