Vila Nova de Gaia vai acolher aquele que será o maior projecto de um campus tecnológico no Norte do País: um investimento de 700 milhões de euros em 25 hectares de terreno na Madalena, na zona onde se encontra o parque de campismo.
O projecto, do grupo brasileiro Gestão Capital, já foi aprovado, por unanimidade, em reunião da câmara municipal e, segundo Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da autarquia gaiense, pode vir a tornar este concelho líder no campo das ‘tech hub’, à semelhança do que aconteceu em Oeiras, com o TagusPark.
O ‘Gaia Infinity Hub’ – que nasceu ‘Gaia Innovation City’, mas entretanto mudou de denominação – será uma estrutura direccionada para a tecnologia e a educação que pretende ainda criar um «ecossistema com capacidade de competir a nível mundial». Aliás, no portefólio de apresentação do projecto, o promotor estabelece a ponte entre Gaia e Silicon Valley – o grupo brasileiro afirma-se com trinta anos de experiência em 25 negócios com projectos nos Estados Unidos, na América do Sul e na Europa.
Apesar de o Gaia Infinity Hub já ter luz verde da Câmara de Gaia, está dependente de uma revisão do Plano Director Municipal (PDM) que impeça qualquer aproveitamento imobiliário; depois disso, o projecto avançará em duas fases. A primeira, a concluir em seis anos, corresponde à implantação de 166 mil metros quadrados de construção; a segunda tem como objectivo obter o estatuto de Projecto de Interesse Nacional (PIN) para construir em mais 250 mil metros quadrados.
Parcerias com universidades de Porto e Aveiro
Estima-se que, em velocidade de cruzeiro, este hub acolha oito mil estudantes e 1500 professores num programa de actividades que terá como parceiras a Universidade do Porto e a Universidade de Aveiro. O presidente da Câmara de Gaia assegura que na área a ser intervencionada apenas será permitida a construção de habitações para alojar estudantes. Segundo o promotor, o Gaia Infinity Hub pode gerar quinze mil empregos directos. Candidatas à instalação no ‘Gaia Infinity Hub’ estão empresas como a Google, Amazon, Tesla, Apple, Facebook e IBM, entre outras.
O projecto afirma-se como vocacionado para o que chama ‘millennial lifestyle’, uma geração «que valoriza mais as experiências que os bens materiais e com consciência ambiental». Por isso, o factor ambiental, a mobilidade e a prática de exercício serão contemplados no desenvolvimento deste projecto, que promete ser um centro de acolhimento para a incubação de talentos, o que «permitirá catapultar aqueles que serão os futuros gestores das maiores empresas mundiais».