O CEO da Lenovo Iberia Alberto Ruano estava visivelmente satisfeito ao apresentar a clientes, distribuidores e parceiros, em Bucareste, os resultados globais de 2019, um ano fiscal que para a Lenovo terminou em Março e que resultou num lucro líquido de 597 milhões de dólares, cerca de 529 milhões de euros. Estes são valores que contrastam claramente com as perdas de 189 milhões de dólares (159,69 milhões de euros) do exercício anterior, uma prestação que teve um encargo extraordinário de 341 milhões de dólares (302 milhões de euros) devido à amortização de activos fiscais como resultado da promulgação da reforma fiscal norte-americana.
Num encontro com a imprensa ibérica – o evento, apesar de ser na Roménia, apenas integrava clientes e fornecedores de Portugal e Espanha – Ruano defendeu que a Lenovo é «uma empresa global», presente em 180 países, e recordou que nos últimos anos tem adquirido importantes empresas americanas, como a divisão de PC da IBM ou a Motorola. Neste sentido, o CEO assegurou que a Lenovo trabalha pela integração. «Queremos ajudar a que o negócio continue a crescer com os nossos parceiros. Não se pode estar no mercado sozinho», disse.
O CEO da Lenovo Iberia também falou sobre o seu catálogo de produtos e enfatizou a sua importância na vanguarda da inovação. «Não se pode competir apenas no produto e preço, há que liderar as tendências», diz Ruano, que confirma que em 2020 a Lenovo comercializará o Thinkpad X1, que poderá ser tornar o primeiro computador dobrável do mercado. «Esta é uma nova categoria de produtos que a Lenovo liderará», embora negue estar preocupado com os problemas técnicos que este tipo de dispositivos possa sofrer e que recentemente levaram a Samsung a suspender a distribuição de seu novo telemóvel dobrável, o Galaxy Fold.
A divisão de telemóveis da empresa, a Motorola, também poderia apresentar um telemóvel dobrável no final do ano, mas Ruano não deu mais detalhes sobre isso neste encontro com a imprensa. Seria o Razr V4, com o design característico da empresa e um ecrã único, de acordo com o que vai sendo escrito pela imprensa especializada em consumo.
Em termos globais, e por segmentos, os dispositivos inteligentes (IDG por sua sigla em inglês) continuaram a liderar a indústria, propiciando uma receita de 1,843 milhões de dólares (1,63 milhões de euros). Os PC e outros aparelhos registaram o recorde de 38,5 milhões de euros (34,13 milhões de euros) em receita ao longo do ano.
De acordo com o índice da IDC, a Lenovo é actualmente a empresa que lidera a venda de PC em todo o mundo e, de acordo com os dados fornecidos pela empresa, detém uma participação de mercado de 23,4%, acima da HP.
«O PC é o arroz que nos alimenta todos os dias, somos o número um no mundo e reconhecemos que estamos a fazer coisas importantes, mas devemos continuar a crescer em outras divisões», afirma o director da empresa na Ibéria.